Ao descer da sala onde decorre o Conselho Nacional, num hotel no Porto, Rui Rio fez questão de abraçar o ex-líder do PSD e seu antigo adversário interno Luís Filipe Menezes, que minutos antes lhe tinha manifestado apoio e defendido que “a hora é de cerrar fileiras”.
“O Conselho Nacional está a decorrer com bastante elevação, com argumentos válidos de ambas as partes. O presidente do partido tem de estar atento ao que as pessoas têm a dizer. Quando as coisas têm elevação nós temos a obrigação de as ouvir, se não não somos inteligentes”, disse.
O líder do PSD recusou, contudo, responder ao desafio do ex-líder parlamentar Hugo Soares, que lhe pediu para apontar um exemplo de boicotes que o partido lhe tenha feito.
“A isso não vou responder. Àquilo que foram as intervenções com bom senso, com argumentos, posso discordar, mas passa a ser mais um parâmetro da equação para eu ouvir. Essa humildade todos devemos ter e eu também tenho, a humildade é um ato de inteligência, defendeu.
Questionado sobre se está confiante no resultado da votação da moção de confiança que apresentou, Rio respondeu positivamente.
“Tenho confiança de ter um bom resultado da forma como o Conselho está a decorrer, mas isso só no final é que se sabe. Como sabem nem tenho direito a voto”, disse.
O Conselho Nacional do PSD está hoje reunido desde as 17:00 para debater e votar uma moção de confiança política à direção, apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.
Depois de uma pausa para o jantar, os trabalhos deverão recomeçar pelas 21:45.
Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições – completou no domingo metade do seu mandato, um ano – mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.
De acordo com os estatutos do PSD, “as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante”.
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