“Porque se calou [o governo]?”, perguntou o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, a António Costa no debate quinzenal com o primeiro-ministro, que escolheu as questões sociais como tema central.
Da parte do PSD, quem fez as perguntas hoje foi Luís Montenegro, sentado ao lado do presidente do partido, Pedro Passos Coelho, que usou parte do tempo para questionar Costa sobre a “figura algo ridícula” do secretário de Estado das Finanças, Mourinho Félix, que confrontou Joeren Dijsselbloem, à margem da reunião de Malta, na semana passada.
Costa respondeu que Mourinho colocou a questão “com muita firmeza” a Dijsselbloem (provocando risos nas bancadas da oposição), afirmando que o Governo não anda a repetir todos os dias o que já tornou público nem aquele era o momento nem "a circunstância", em Malta, para se fazer esse pedido de demissão.
"Em Lisboa, tem entradas de leão, a pedir a cabeça do presidente do eurogrupo. Nas reuniões em Bruxelas, em La Valleta, aí tem saídas de ratinho", ironizou Luís Montenegro.
Depois da conversa com o secretário de Estado, o presidente do Eurogrupo comentou a sua estranheza por o Governo português não ter pedido da sua demissão na reunião em La Valleta.
António Costa motivou ainda sonoros protestos dos deputados do PSD quando lembrou o tempo em que “os ministros portugueses se ajoelhavam aos seus colegas” nas reuniões europeias.
Montenegro começou o debate a falar de “mais uma reversão” do Governo da “geringonça” com a reforma do arrendamento urbano que representa um “congelamento das rendas”, fez abrandar a reabilitação urbana e pode fazer aumentar o valor médio das rendas.
E acusou António Costa de se esconder atrás do PS depois de ter dito que, se fosse deputado, teria vota a alteração da lei ao lado da bancada socialista.
“Sem ofensa”, o chefe do Governo fez “uma graça” para dizer que seria uma “claustrofobia democrática” ir ao parlamento tentar “condicionar a maioria parlamentar”.
O debate entre os dois não terminou sem antes Montenegro apontar às “nuances” de discurso de António Costa sobre eventuais atrasos na criação de “um veículo” ou “banco mau” para o “crédito mal-parado” da banca portuguesa.
O primeiro-ministro acusou o PSD de ter atrasado “vários anos” esse processo e afirmou que os sociais-democratas “não perdem pela demora”.
Por duas vezes, António Costa apontou à bancada social-democrata para dizer que, sobre as longas reformas contributivas, o PSD “não disse nada, zero”.
Comentários