De acordo com o estudo sobre o “Impacto da Eletricidade de Origem Renovável”, apresentado em Lisboa, no ano passado, as fontes de energia renovável (FER) “geraram poupanças anuais na fatura da eletricidade, em média, de até cerca de 1.600 euros para um consumidor doméstico e de até 160.000 euros para um consumidor não doméstico”.
Além de um sobreganho de cerca de 2.400 milhões de euros que contribuiu para a redução dos custos decorrentes de medidas de política energética, ambiental e de interesse económico geral (CIEG), a produção renovável influenciou positivamente a formação do preço de mercado da eletricidade transacionada no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) devido ao seu baixo custo marginal, tendo permitido uma poupança de cerca de 11.000 milhões de euros em 2022.
Já em termos socioeconómicos, o estudo concluiu que a contribuição acumulada das FER para o produto interno bruto (PIB) superou os 19.000 milhões de euros de 2018 a 2022, correspondente a um valor médio anual de aproximadamente 3.900 milhões de euros no período (cerca de 1,8% do PIB).
O setor eólico foi o que mais impacto teve no PIB em 2022, com mais de 45% do total das FER.
“De acordo com os objetivos estabelecidos até 2030, estima-se que o VAB [valor acrescentado bruto] total proveniente das FER cresça, atingindo cerca de 17.200 milhões de euros em 2030, o que representará cerca de 5,9% do PIB”, apontou a Deloitte.
Adicionalmente, entre 2018 e 2022, as FER geraram, numa média anual, cerca de 50.000 empregos, com destaque para as fontes eólica e hídrica.
Entre 2015 e 2022, o investimento privado direto nos centros eletroprodutores com base em FER registou uma média anual de cerca de 1.000 milhões de euros, perspetivando-se que até 2030 este atinja cerca 36.000 milhões de euros.
De acordo com a análise, entre 2018 e 2022, se não existisse Produção em Regime Especial, o preço de venda por Megawatt-hora (MWh) da eletricidade para a mesma quantidade de energia teria sido, em média, 85 euros superior.
Relativamente ao impacto ambiental do setor, verificou-se que a produção de energia renovável, entre 2018 e 2022, permitiu evitar a emissão de mais de 74 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (CO2) e poupar mais de 2.800 milhões de euros com licenças de CO2.
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