Rui Rio falava no final da visita ao aterro da Recivalongo, em Sobrado, que desde 2019 enfrenta uma forte oposição por parte da população e Câmara Municipal, que acusam a gestão da empresa de aterros de "crime ambiental", provocando "um cheiro nauseabundo" no ar e, através do "derrame dos lixiviados poluir a água e terrenos da freguesia" do concelho de Valongo.
Recebido nas imediações do aterro por cerca de 50 pessoas, entre elas responsáveis da associação ambientalista Jornada Principal que, a par com a câmara, tem assumido a denúncia das condições em que o aterro labora, com ênfase na deposição de amianto, em condições que "violam a lei", conforme explicou Diogo Pastor.
Depois de ouvir os manifestantes, vestidos com 't-shirts' negras onde se lia "Não ao aterro", a mesma mensagem que figurava numa tarja da largura da estrada de acesso ao aterro, Rui Rio conversou com a comunicação social, manifestando preocupação com a questão do amianto.
Afirmando que o projeto do Governo de retirada do amianto das escolas é merecedor de "aplauso", Rui Rio acrescentou que a questão levanta outro problema, "que é onde colocá-lo".
"Aquilo que vimos é que, seguramente, grande parte dele vai ser colocado aqui. Portanto, retira de outros pontos do país e vem colocá-lo aqui sem condições. Aquilo que devemos exigir é que esse amianto seja retirado, mas depois colocado em condições, que sejam criadas as condições para que o possa receber com completa segurança", enfatizou o líder social-democrata.
E acrescentou: "vamos na Assembleia da República continuar a pressionar, a alertar para este aspeto e, neste quadro da retirada do amianto, a assembleia pode acompanhar mais de perto a forma como vai ser retirado, onde vai ser depositado e como vai ser depositado".
Rui Rio mencionou também, o depósito de "resíduos biodegradáveis, sem condições, que levam à acumulação de muita bicharada mais pequena, mas também alguma maior, como possam ser ratos, gaivotas, etc", outro dos fatores que mais preocupa a população de Sobrado.
"Aberto em 2007 para receber e tratar resíduos industriais, nunca para ser um aterro", denunciou o porta-voz da associação, Diogo Pastor, o aterro tem hoje "mais de 400 licenças de depósito de resíduos", além de o licenciamento então atribuído pela câmara de Valongo "violar o Plano Diretor Municipal", razão pela qual, como a Lusa avançou a 25 de junho, a associação vai avançar em julho como uma ação popular em tribunal para encerrar o aterro.
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