No decorrer do protesto, representante dos trabalhadores foram recebidos no tribunal, tendo obtido a garantia de que a juíza responsável pelo processo irá na quarta-feira “pegar” no processo, para na sexta-feira fazer “um ponto de situação” ao representante dos trabalhadores na comissão de credores.
“Boas notícias, amanhã [quarta-feira] a juíza vai tomar conta do nosso processo para dar o despacho se estiver tudo em ordem”, disse António Granja, no final do encontro.
De acordo com os trabalhadores, “uma vez que há dinheiro da massa de insolvência para distribuir pelos trabalhadores, este processo poderá resolver-se em breve”.
“São mais de 300 pessoas que estão a espera do dinheiro e finalmente, se tudo estiver em condições como esperamos, a juíza irá analisar e resolver o processo”, afirmou Daniel Gonçalves, representante dos trabalhadores na comissão credora, referindo que nesta fase deverão ser desbloqueados um milhão e 200 mil euros para distribuir pelos trabalhadores, de um total de oito milhões de euros.
A empresa, que foi declarada insolvente em 2012, voltou a laborar depois de quatro ex-funcionários, com a ajuda da Câmara de Gaia, terem chegado a acordo com os credores para reativar a empresa.
Os responsáveis da nova empresa da Cerâmica de Valadares, agora ARCH, que reabriu em outubro de 2014, readmitiram alguns trabalhadores, outros arranjaram emprego noutras áreas, mas há ainda quem se encontre desempregado e sem apoios.
“Sempre trabalhei, tenho mais de 30 anos de descontos e, neste momento, vivo sem qualquer apoio do Estado. Conto apenas com o salário da minha mulher e a ajuda dos meus filhos”, contou à Lusa Vítor Pacheco, que trabalhou 22 anos na Cerâmica de Valadares.
Também José Pinto e a mulher trabalharam na empresa durante cerca de 20 anos, estando neste momento apenas um a trabalhar e o outro sem receber qualquer apoio.
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