O ministro ucraniano da Cultura e Informação, Oleksandr Tkachenko, foi recebido hoje pela diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, na sede da organização em Paris, e anunciou que a Ucrânia vai pedir o registo do centro histórico “reconhecido a nível nacional” de Odessa.
“Odessa está em perigo neste momento. Estamos a ver bombardeamentos frequentes”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Tkachenko.
“Se fechar os olhos e imaginar bairros de Paris, Nice ou Marselha, então pode imaginar Odessa, que também é uma cidade costeira e cujos arquitetos eram principalmente de França e Itália. O plano do centro histórico é realmente único e muito europeu, com muitas avenidas rodeadas de árvores e muitos monumentos em homenagem à história da Ucrânia”, prosseguiu o governante.
A cidade portuária do mar Negro, famosa principalmente pelas suas escadarias monumentais, é um ponto estratégico no conflito russo-ucraniano e foi bombardeada várias vezes pelas forças russas.
“Em 24 de julho de 2022, parte do grande telhado de vidro e janelas do Museu de Belas Artes, inaugurado em 1899, foi destruído”, sublinhou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
De acordo com a Unesco, já foram mobilizados “especialistas internacionais” para darem apoio técnico à Ucrânia para que a “candidatura seja analisada pelos Estados-membros do Comité do Património Mundial”.
“Também vai ser recomendado ao Comité do Património Mundial incluir os sítios do Património Mundial localizados em Kiev e Lviv, que também estão ameaçados, na Lista do Património Mundial em Perigo”, indicou.
A inscrição na Lista do Património Mundial “provavelmente vai evitar mais bombardeamentos em Odessa”, apontou Tkachenko.
“É um gesto importante e um reconhecimento da importância do centro histórico de Odessa” que faz parte “não só do património ucraniano, mas também do património mundial”, julgou.
Azoulay, por seu lado, anunciou que o organismo da ONU vai reforçar o seu sistema de apoio à cidade ucraniana, com o “financiamento da reparação dos danos desde o início da guerra ao Museu de Belas Artes e ao Museu de Arte Moderna” e o “apoio à digitalização de pelo menos 1.000 obras de arte”.
Durante o seu mandato, a UNESCO já implementou medidas de emergência na Ucrânia e mobilizou “quase sete milhões de dólares [cerca de 6,9 milhões de euros], concedeu ajuda e disponibilizou especialistas para apoiar os profissionais na área”.
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