O consórcio, designado "Aliança para a Saúde Global" e constituído pela Universidade do Porto, Universidade de Ludwig-Maximilian de Munique (Alemanha), Universidade de Lund (Suécia), Universidade Paris-Saclay (França) e Universidade de Szeged (Hungria), visa, através da formação de "agrupamentos de universidades", uma maior interação entre as quatro instituições e o intercâmbio "facilitado e preferencial" de alunos, docentes e técnicos.
"A Universidade do Porto já mantinha relações com estas quatro universidades, mas eram situações individuais, baseadas em projetos de investigação e algumas colaborações. Com este consórcio em cima da mesa decidimos dar o passo para tornar essa relação muito mais profunda do que aquilo que é atualmente", adiantou à Lusa, António Sousa Pereira, reitor da U.Porto.
Assente nos desafios da saúde e bem-estar, este consórcio pretende também integrar outras áreas de estudo que influenciam a saúde humana.
"Embora numa primeira visão o tema [Aliança para a Saúde Global] possa levar a pensar que se refere à área da saúde, na verdade, quando falamos em saúde global estamos a inserir todas as áreas de conhecimento. A ideia era termos um tema que vinculasse todas as áreas", esclareceu o reitor.
O programa, desenvolvido no âmbito European Universities Iniciative da Comissão Europeia, prevê, numa primeira fase, o intercâmbio de docentes, investigadores e estudantes das cinco instituições e, numa segunda fase, a criação de programas de ensino comuns como cursos de mestrado, doutoramento e eventualmente, licenciatura.
"O que se pretende é que o aluno possa fazer uma parte do seu curso numa universidade e complementar a formação fazendo outra parte do curso noutra universidade da rede. Contudo, o objetivo deste programa é evoluir para uma interação mais profunda, nomeadamente, criando e estimulando graus conjuntos entre as várias universidades da rede, e no limite até entre todas, que visam uma formação muito mais abrangente e internacional", frisou António Sousa Pereira.
Para o reitor, apesar de integrar um grupo de "alta qualidade e prestígio", a U.Porto precisa de "acompanhar as outras universidades e manter o estatuto que desempenha", tendo por isso de começar a ter "uma formação mais europeia", assim como desenvolver mais formações em inglês.
O consórcio é candidato a uma das seis vagas que a União Europeia abriu nesta primeira fase da European Universities Iniciative, que financia as atividades conjuntas das instituições num total de 30 milhões de euros.
Segundo António Sousa Pereira, "independentemente do resultado", a intenção da U.Porto é "aprofundar o relacionamento" com as restantes universidades e "avançar com a ideia", ainda que sem financiamento.
"Se houver um financiamento, isso permitirá avançar a uma velocidade maior, [mas] se não houver financiamento construiremos na mesma uma rede preferencial de intercâmbio e, portanto, a nossa ideia não é apenas concorrer a essa candidatura, mas sim manter ativo o relacionamento independentemente do resultado da mesma", acrescentou.
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