Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), Ursula von der Leyen começou por sublinhar que “a pandemia está longe de ter chegado ao fim”, com “muitos Estados-membros a enfrentar uma nova vaga devido à variante Delta”, e focou a sua intervenção na necessidade de prosseguir a vacinação na União Europeia (UE), onde existem “enormes disparidades”, com a taxa de vacinação da população adulta a variar entre os 29% e os 92%.
“As vacinas protegem. Os dados mostram que a probabilidade de uma pessoa vacinada ficar gravemente doente, ter de ser hospitalizada ou morrer [de covid-19] é muito mais baixa. E podemos ver que na maioria dos países as camas de cuidados intensivos estão ocupadas por pessoas ou que não foram vacinadas ou apenas parcialmente. Por isso é muito clara a correlação”, disse.
A presidente do executivo comunitário destacou então que “em países como Portugal ou Espanha, por exemplo, nos quais 80% a 90% dos adultos foram vacinados, o risco de morrer de covid-19 durante as primeiras duas semanas de novembro era 30 vezes menor do que nos países com as mais baixas taxas de vacinação”.
“Olhando para a taxa de mortalidade e hospitalizações, damo-nos conta de que assistimos hoje a uma pandemia dos não vacinados. Por isso continua a ser uma prioridade chave prosseguir a vacinação”, comentou Von der Leyen, que lamentou as “enormes disparidades na UE”, onde “nalguns Estados-membros apenas 29% dos adultos foram vacinados, enquanto noutros 92% dos adultos receberam a vacina”.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, há que “perceber melhor por que algumas pessoas não se vacinam”, e é também necessário fazer campanhas de sensibilização e fornecer informação clara, chegar às pessoas em todo o lado, em todos os Estados-membros, e persuadi-las a vacinarem-se.
Apontando que também é importante avançar com as doses de reforço, para ajudar a manter a imunidade elevada, Von der Leyen comentou que a Europa tem “a felicidade de ter doses suficientes”, pelo que há simplesmente que “continuar a seguir a ciência”.
A terminar, a líder do executivo comunitário reiterou que, além da vacinação, a pandemia continua a exigir outras medidas, como o distanciamento físico, a utilização de máscaras de proteção e regras de higiene.
“Não nos esqueçamos que na UE morrem diariamente 1.600 pessoas de covid-19 [média da semana passada], pelo que a vacinação e as medidas sanitárias são uma questão de solidariedade que salva vidas”, concluiu.
Na segunda-feira, e dirigindo-se igualmente aos eurodeputados no hemiciclo de Estrasburgo, também a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, já tinha salientado que a pandemia da covid-19 está atualmente a ser impulsionada sobretudo pelos não vacinados.
Na mesma intervenção, Stella Kyriakides frisou que o número crescente de casos está, por sua vez, a aumentar a “hesitação vacinal”, defendendo que é imperioso pôr fim a esta dinâmica.
Além de insistir na necessidade da vacinação e de as pessoas continuarem a seguir as recomendações sanitárias, a Comissão Europeia quer também garantir que os Estados-membros continuam a agir de forma coordenada em matérias como as viagens.
Nesse sentido, o executivo comunitário irá apresentar, ainda esta semana, uma proposta de atualização das recomendações relacionadas com a livre circulação dentro da UE.
“A proposta, a ser adotada esta semana, irá promover e reconhecer o importante papel do certificado digital covid-19 da UE que os viajantes transportam atualmente. Atualizaremos também a recomendação sobre viagens para a UE a partir de todo o mundo”, revelou a comissária em Estrasburgo.
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