“Num mundo global, as pessoas viajam imenso e quando vão para outra cidade – por uma semana, por três dias, por duas semanas – às vezes não têm um ponto de trabalho. Isso obriga a incorrerem em custos consideráveis para ter um escritório e uma secretária, […] ou então andam nos espaços públicos com ‘free wi-fi’, mas digamos que não são propriamente as melhores condições”, disse à agência Lusa o diretor executivo da Startup Lisboa, Miguel Fontes.
O cartão digital “The host” visa, assim, facilitar o acesso a locais de trabalho, tanto para as empresas da incubadora no estrangeiro como o inverso: “As pessoas só têm, quando chegam, de apresentar um cartão digital e antes, entre incubadoras, [tem de] haver uma troca de e-mails simples a dizer que em determinado dia vão receber a visita desta pessoa e perguntando se é possível”.
“É uma coisa completamente temporária, de apoio, dando resposta àquilo que hoje são os nómadas digitais para terem um local de suporte para as suas reuniões”, reforçou Miguel Fontes.
Apesar de ter sido lançado hoje, o “The Host” só deverá estar operacional no final do ano, uma vez que a Startup Lisboa ainda está a construir a solução tecnológica associada a este cartão.
O objetivo é que funcione associado a um código QR (código de barras bidimensional lido por ‘smartphones’).
A rede de parceiros já está, contudo, a ser construída, adiantou Miguel Fontes, referindo que já se associaram ao projeto espaços de cidades como Boston (Estados Unidos), Berlim (Alemanha), Amesterdão (Holanda), Helsínquia (Finlândia) e Paris (França).
A cimeira global de tecnologia Web Summit, que decorre em Lisboa até quinta-feira e no âmbito da qual foi lançado o “The Host”, também está a ser usada pela Startup Lisboa para promover o projeto, que não gera custos.
Segundo Miguel Fontes, o evento permitiu que se associassem espaços de Valência (Espanha) e León (França).
O único requisito é que estes tenham, no mínimo, três lugares disponíveis para um máximo de duas semanas.
“A ideia é [ter] um programa é um programa multilateral, na base da reciprocidade, em que todas as incubadoras e os espaços de ‘co-working’, que fazem parte deste ecossistema, se queiram associar a nós”, sublinhou o responsável, apontando ainda a “possibilidade de pôr gente em contacto de todo o mundo”.
Referindo-se à conferência global de tecnologia que decorre esta semana em Lisboa, Miguel Fontes assinalou que representa “um ponto de chegada porque seria impensável que a Web Summit se fizesse em Lisboa se não fosse já o reconhecimento daquilo que é um ecossistema vibrante”.
“É também um ponto de partida porque, obviamente, a responsabilidade agora é maior”, o que “vai puxar, obviamente, pelo ecossistema”, concluiu o responsável.
A Web Summit de Lisboa, que arrancou na segunda-feira, conta com mais de 53.000 participantes, de 166 países, incluindo 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.
Entre os oradores, estarão os fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.
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