3 de setembro de 2017 entrará para a história da vila de Cascais e de Portugal. Nesse dia realiza-se a primeira prova com a chancela IRONMAN em solo nacional. O evento rotulado de IRONMAN 70.3 Portugal-Cascais atribui um prémio monetário de 13.500 euros e dá direito a 50 acessos diretos para a participação no IRONMAN 70.3 World Championship, em 2018.
O número (70) corresponde à distancia em milhas que é necessário percorrer nesta prova integrada no circuito mundial de triatlo de longa distância. São 1,9 quilómetros a nadar, 90km de bicicleta e 21,1km de corrida, que é o equivalente a dizer que a prova terá metade da distância do IRONMAN completo. Tudo somado, são 113 quilómetros nos quais os “meios” Homens de Ferro testam os limites da superação humana, do ponto de vista físico e mental.
A natação é feita na baía de Cascais, na praia dos Pescadores, depois pedalam na marginal, de Cascais a Algés, regressam, pisam o asfalto do autódromo do Estoril, entram pela serra de Sintra, passam pelo Guincho e, por fim, correm pela Avenida Marginal, seguem pelo Paredão até São Pedro do Estoril e retornam à Baía de Cascais.
“Estão previstos 2000 participantes”, esclareceu Jorge Paulo Pereira, diretor da 3 IRON Sports e um dos impulsionadores da organização da prova em Portugal. “Cerca de 70% são estrangeiros”, a avaliar pelas inscrições.
Se a esse número juntarmos “os dois acompanhantes por atleta”, a organização estima que a prova tenha no concelho de Cascais um impacto económico de “seis milhões de euros”, sublinhou.
E o impacto vem para ficar. Tudo porque Cascais ganhou a corrida a outras localidades, em Portugal e no estrangeiro, e será o palco nos “próximos 4 anos” desta prova revelou, o diretor da 3 IRON Sports.
O município cascalense vai, assim, acolher uma das 25 provas do circuito de 'meio homem de ferro' a disputar em território europeu.
E qual o participante tipo no IRONMAN 70.3 Portugal-Cascais? Até à data, o “mais novo atleta tem 18 anos e mais velho 73 anos”, adiantou. “A média etária está entre os 40 e os 44 anos e, por norma, tem um nível económico elevado, são quadros superiores de empresas”, esclareceu. “Uma bicicleta custa 6000, 7000 ou 8000 euros”, recordou.
Piloto do Pássaro de Ferro virou IRONMAN depois dos 40. E já pode gabar-se para a vida
Jorge Pereira é comandante da TAP. As longas viagens no ar não lhe tiraram horas em terra para se dedicar ao desporto. O triatlo surgiu, no entanto, “já depois dos 40”. Os treinos surgem a partir de 2007. Depois de três IRONMAN 70.3, fez o tal completo, em 2010, na Áustria. Um ano antes fundou o Triatlo Clube TAP.
“Andei seis ou sete meses a treinar especificamente para essa prova”, recordou. Terminar esta epopeia física e mental é “uma prova da nossa capacidade de superação”, explicou.
Para quem quer aventurar-se deixa um aviso: “treinem 10-12 horas por semana e nunca treinem as três disciplinas num dia. No máximo duas”.
Começou no Havai em 1978. Foi comprado pelos chineses em 2015
Entre provas IRONMAN da distância completa e da meia distância, o circuito mundial contabiliza 141 corridas espalhadas pelo continente americano, Europa, África, Ásia e Oceânia.
Se hoje está espalhada pelo mundo, a história começou há quase 50 anos. Mais precisamente no Havai. Em 1978, das 15 pessoas que se juntaram em Waikiki, 12 terminaram. E para a eternidade fica a frase de um dos cofundadores, John Collins: “nada 2,4 milhas [3,8km]! Pedala 112 milhas [180km]! Corre 26,2 milhas [42,1km]! Gaba-te para o resto da vida!”, pode ainda hoje ver-se na página oficial do IRONMAN.
A 'marca' IRONMAN foi criada em 1978 tendo, desde então, crescido a uma escala global, contando-se 260 eventos em 42 países. O gigante chinês Dalian Wanda Group, companhia fundada pelo empresário Wang Jianlin, apontado como o homem mais rico da China, é, desde 2015, detentor da World Triathlon Corporation (WTC), empresa encarregada da organização de diversos eventos desportivos, entre eles a célebre competição de triatlo IRONMAN.
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