O dirigente revelou esta informação na apresentação do Estudo de Impacto Económico da prova em 2016, citando dados fornecidos pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), para sublinhar o crescimento do rali.
"O Rali de Portugal foi o mais visto de todas as 14 provas do campeonato do mundo, em termos televisivos. Só temos a Finlândia perto de nós. Todas as outras provas estão mais afastadas", disse o líder do ACP.
Segundo dados divulgados nesta sessão, a edição de 2016 teve um impacto económico total de 129 milhões para o país, valor que contribuiu para uma acumulado de 898 milhões de euros nas últimas nove edições do rali.
Carlos Barbosa, presidente do ACP, considera que o aumento deste impacto económico, que se verifica desde 2015, é indissociável do regresso do Rali de Portugal para zona norte do país.
"Foi uma aposta ganha. Efetivamente é no Norte onde o rali tem de estar, não só porque aí estão as melhores classificativas do campeonato do mundo, como estão os melhores fãs, assim como as condições de segurança de excelência", notou o dirigente.
Carlos Barbosa espera que a fasquia dos 129 milhões de euros de impacto económico possa ainda ser ultrapassada na edição de 2017.
"Este ano teremos um rali muito disputado, porque prevejo um campeonato muito equilibrado e excitante. Teremos mais pessoas ver-nos, o que é bom para o Estado e para toda esta região Norte que tão bem nos recebe", afirmou.
A convicção foi também partilhada por Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que considerou que tem havido "um simbiose perfeita entre os objetivos desportivos do ACP e as ambições turísticas e económicas da região norte".
"É uma honra dizer que o maior evento desportivo e turístico realizado em Portugal, depois do Euro 2004, é o Rali de Portugal. A aposta em transferir do Algarve para o Norte a prova tem sido um sucesso com um aumento de impacto económico, desde 2015, de 18%", disse Melchior Moreira.
A prova continuará a ser alvo de uma candidatura a fundos europeus, e Freire de Sousa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), entidade que avalia o processo, falou em "em boa utilização dos dinheiros públicos".
"Trata-se de um evento que produziu cerca de 129 milhões de euros, com 67,6 milhões de impacto direto, e que custou aos dinheiros públicos, através de um programa comunitário que o financiou, cerca de um milhão de euros. De um milhão se fizeram 129", notou Freire de Sousa.
A avaliação do impacto económico do Rali de Portugal foi efetuada por uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve, chefiada pelo docente Fernando Perna.
O estudo englobou questionários efetuados a uma amostra de 1.100 espetadores do rali, na edição de 2016, e produziu a conclusão de que 57% dos espetadores são não residentes em Portugal, oriundos de 14 nacionalidades, sendo que a maioria vem de Espanha.
Desses visitantes, mais de um quarto ficaram em Portugal para além da prova, atraídos por fatores como a paisagem, clima, hospitalidade e gastronomia, revelando uma vontade de regressar superior a 70%.
Sobre o aspeto desportivo do rali, os visitantes destacaram espetacularidade, segurança do público, organização e cuidados ambientais.
Já sobre a distribuição económica dos gastos dos espetadores durante o rali, as quantias mais significativas foram despendidas para alimentação/bebidas, alojamento, e transportes internos.
De destacar ainda que, através de impostos como IVA e ISP (Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos), o estado arrecadou durante o período que abrangente a prova uma receita fiscal de 24 milhões de euros.
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