De acordo com as projeções conhecidas hoje, Bruxelas vê o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 5,5% este ano e 2,6% no próximo ano, quando no outono antecipava uma expansão de 5,3% este ano e de 2,4% em 2023.
A previsão de Bruxelas para este ano alinha com a estimativa do Governo, que prevê uma expansão do PIB de 5,5% ou mais, e coloca o crescimento acima dos 4% previstos para a zona euro e para a União Europeia.
Bruxelas explica que o ressurgimento das infeções por covid-19 no início do ano, assim como uma nova quebra no mercado internacional de viagens, deverá desacelerar o crescimento económico em Portugal para 0,5% no primeiro trimestre.
No entanto, assinala que, “assumindo uma melhoria nas condições da pandemia, o crescimento deverá acelerar no segundo trimestre quando a economia atingir o nível pré-pandemia”.
Deste modo, no acumulado do ano, “a procura interna deve contribuir substancialmente para o crescimento em ambos os anos ajudados pela implementação do Plano de Recuperação e Resiliência”.
O executivo comunitário projeta que o setor externo tenha uma contribuição líquida positiva para o crescimento este ano, “refletindo a recuperação do turismo, seguida de um impacto amplamente neutro em 2023”.
Contudo, indica que o balanço dos riscos “permanece um pouco para o lado negativo, uma vez que o turismo estrangeiro poderia sofrer um revés caso a pandemia causasse mais perturbações ao longo do horizonte de previsão”.
A Comissão Europeia incorpora ainda os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que a economia cresceu 4,9% no ano passado, uma vez que nas previsões de outono via o PIB a recuperar 4,5%.
“A recuperação económica continuou no último trimestre de 2021 com um crescimento do PIB de 1,6% (em cadeia), mas a um ritmo mais lento do que no terceiro trimestre, já que o impulso da procura reprimida foi diminuindo gradualmente”, refere.
Os técnicos da Comissão assinalam ainda que o crescimento na totalidade do ano passado se traduz por uma recuperação em pouco mais de metade do nível de produção perdida em 2020, quando o PIB caiu em 8,4% devido à pandemia.
“Entre os componentes da procura, o investimento e as exportações de bens recuperaram para níveis acima da pré-pandemia em 2021. O consumo privado recuperou a um ritmo ligeiramente mais lento, uma vez que os serviços de contacto intensivos enfrentaram restrições contínuas durante a maior parte do ano”, explica.
Destaca ainda que as exportações de serviços aumentaram substancialmente na segunda metade do ano, mas continuaram bem abaixo do nível pré-pandemia, “uma vez que o grande setor do turismo estrangeiro do país ainda era condicionado pelas condições internacionais de viagens”.
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