De acordo com a agência, estas recessões irão atrasar as perspetivas de crescimento em outras regiões, sobretudo em economias emergentes que dependem da procura dos países desenvolvidos.

Nos EUA, as previsões macroeconómicas globais da Fitch para 2023 apontam para “uma ligeira recessão”, à medida que a Reserva Federal implementa medidas “para enfrentar uma inflação mais elevada”, e o “crescimento do emprego e a procura dos consumidores se deterioram em resposta”.

Ainda assim, a Fitch acredita que “a recessão seja modesta pelos padrões históricos”, sendo que as famílias não estão sobre-endividadas” e admitindo que as taxas atinjam “um pico próximo dos 5%”.

Por outro lado, “a recessão da zona euro começará mais cedo — em 2022 — e será mais grave do que nos EUA, visto que a crise do gás natural levou a uma volatilidade considerável dos preços da energia”, alertou.

Segundo a Fitch, os indicadores de confiança “sugerem que as famílias e as empresas estão preparadas para um choque e reduziram os gastos”, sublinhando que “estas condições não melhorarão a curto prazo, e está para breve um período de ajustamentos à oferta de energia e às alterações da procura”.

A agência disse ainda que “a retoma do crescimento chinês será modesta, enquanto as perspetivas económicas continuam a estar ensombradas pela duração incerta da política de zero covid do país e as dificuldades persistentes no setor imobiliário”, destacou, na mesma nota.

A Fitch acredita que a inflação será um pouco inferior em 2023, mas alertou que existe um “ímpeto” atual de preços que pode impedir que a inflação desça para os objetivos dos bancos centrais, que, de acordo com a agência, não deverão descer as taxas de juros já para o ano.

Assim, advertiu a Fitch, este cenário para 2023 será acompanhado por custos superiores das dívidas soberanas.

“Os custos de financiamento estão a crescer”, indicou, recordando que a referência nestes casos, ou seja, das obrigações a 10 anos do Tesouro norte-americano, tem apresentado também aumentos, acompanhados pela subida das taxas de juro, para combater a inflação.

A Fitch diz que “demora algum tempo” até estas questões se refletirem nas taxas de juro das dívidas soberanas, mas alertou que “a mudança de direção é clara”.