A moeda turca negociava-se pelas 09:30 (hora de Lisboa) a 5,7 liras por dólar e a 6,6 liras por euro, o que representa uma apreciação de 0,7% e de 0,3% na comparação com os valores de quinta-feira, continuando a “lenta recuperação”, depois do processo de desvalorização que na segunda-feira atirou a lira, de forma abrupta, para mínimos históricos de 7,2 liras por dólar e 8 liras por euro.

Esta recuperação lenta iniciou-se depois de o Banco Central turco ter realizado um leilão para captar depósitos em dólares a troco de liras a uma taxa de juro de 19,25%, isto é, 1,5 pontos percentuais acima da taxa base.

O banco central também aumentou os juros de alguns depósitos e limitou as transações dos bancos turcos com investidores estrangeiros.

O Governo turco negou na quinta-feira que o país necessite de um resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI) e prometeu fazer reformas para reduzir a taxa de inflação elevada e aumentar o défice orçamental primário (sem juros da dívida).

“Na luta contra a inflação utilizaremos todas as táticas que o Banco Central necessite”, disse o ministro de Finanças turco, Berat Albayrak.

Vários economistas coincidem na análise de que o banco emissor deveria “subir drasticamente” os juros – atualmente em 17,75%, – uma política monetária a que se opôs até agora o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Embora a lira turca apresente há anos uma tendência para se enfraquecer, a sua depreciação acelerou-se nos últimos três meses e entrou em queda livre em agosto, coincidindo com a guerra comercial sobre tarifas alfandegárias com os Estados Unidos.

Paralelamente ao conflito comercial, os dois países têm um contencioso diplomático, com a Turquia a não querer ceder às exigências de Washington para que este país liberte o sacerdote protestante Andrew Brunson, preso preventivamente há quase dois anos e acusado de “ligações terroristas”.

Washington advertiu na quinta-feira que “planeia impor” novas sanções à Turquia se este o Governo turco não libertar o sacerdote.