Na cidade alemã de Munique, sede da empresa Drive Now, que junta o construtor BMW e a empresa de aluguer de carros Sixt desde 2011, as vantagens do sistema são enumeradas por Sabine Effner, responsável municipal pela mobilidade.
Numa estação de mobilidade, que junta carros e bicicletas partilhados e transportes públicos, a dirigente do município de Munique indicou que tende a haver menos propriedade de veículos, citando um recente estudo de mobilidade.
"Numa cidade em crescimento, o espaço é um problema", resume a responsável, informando que o enquadramento legal do novo modelo deve surgir em setembro.
Sebastian Hofelich e Nico Gabriel, responsáveis máximos da Drive Now, justificaram a criação do projeto com alterações sociais e demográficas, nomeadamente a "aceleração de urbanização" e de habitantes em cidades.
As emissões poluentes e a falta de espaços, como os de estacionamento, são outros dos argumentos para explicar o modelo de ‘car-sharing', que pressupõe alterações de comportamentos e "alterações de necessidades primárias".
"Não substituímos transportes públicos, táxis e bicicletas. Somos um complemento", garantem os dirigentes da empresa, que, além dos dados de eliminação de viaturas privadas, referem que a partilha de carros também faz diminuir o tempo de condução.
Na caraterização do público alvo, referiu-se a tendência da média de idade, que se situa nos 34 anos, o elevado grau de educação e a predominância de famílias sem filhos.
Em Lisboa, a Drive Now chega através de uma parceria com a Brisa, operadora de infraestruturas rodoviárias, e aumenta assim a sua presença fora da Alemanha, que já estende pela Finlândia (com franchise com uma instituição financeira), Dinamarca (com franchise com uma empresa de transporte pública), Itália, Bélgica, Áustria, Reino Unido e Suécia.
"Tivemos que provar que era um modelo rentável antes de fazer a expansão internacional em 2014", comenta Sebastian Hofelich sobre a internacionalização da empresa, que tem, sublinha, como trunfo "disponibilizar carros ‘premium’ (gama superior), que as pessoas gostam de conduzir", ou seja modelos das marcas BMW e Mini, incluindo descapotáveis e elétricos.
O líder do Centro de Competência da Mobilidade Urbana, Carl-Friedrich Eckhardt, faz eco da necessidade de a mobilidade ser encarada como um negócio, que funciona graças à procura, oferta e condições das cidades para garantir o objetivo de "melhorar a qualidade de vida".
Os responsáveis máximos da Drive Now notam ainda que deixou de lhes ser colocada a questão sobre como um construtor automóvel aposta na partilha, por o modelo estar a ser conhecido. Mas a justificação continua a ser dada pelos dois CEO: "ou se faz ou se está fora" da mobilidade, que tende a modificar-se, nomeadamente no contexto atual de discussões sobre restrições de circulação e uso de gasóleo.
Escusando-se a revelar dados da operação, a empresa informou apenas contar atualmente com 200 funcionários, dos quais 80 na sede.
Apenas para a semana serão revelados pormenores da chegada da Drive Now a Portugal, mas na empresa admite-se já que a capital portuguesa seja o primeiro local em que os turistas poderão ser essenciais.
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