“O maior impacto da pandemia foi sentido no centro histórico e o menor impacto na zona norte da cidade. Ramalde e Paranhos foram as freguesias com menor impacto em termos de crise económica”, afirmou Ricardo Valente.
O vereador, que falava na sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto, solicitada pelo Bloco de Esquerda para discutir o trabalho e economia local, apresentou dados do Conselho Municipal de Economia referentes ao período de 2016 a 2019 (antes da pandemia) e depois da pandemia.
Segundo Ricardo Valente, o impacto da pandemia da covid-19 foi “brutal do ponto de vista económico”, com o setor do turismo e hoteleiro a “colapsar”.
“Os dados que temos são dados de uma taxa de ocupação média que em fevereiro era de 5%, hoje não chegará a dois dígitos”, indicou o vereador com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, acrescentando que o efeito da pandemia na taxa municipal turística foi também “acentuado”.
Salientando que antes da pandemia da covid-19, a cidade estava a assistir a um crescente “aumento de empresas, emprego e valor acrescentado”, bem como à “redução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI)”, Ricardo Valente afirmou que as inscrições no centro de emprego acresceram 35% entre março de 2020 e 2021 no concelho.
“Este crescimento acontece em todos os níveis de qualificação”, referiu, sublinhando, no entanto, que o grupo etário que sofreu um maior impacto foi o dos 25 aos 34 anos.
O vereador disse que os cafés e pastelarias da cidade tiveram “uma redução de 83%”, a restauração “de 88%” e o setor dos cabeleireiros ”um colapso total” ao atingir uma redução de 100%.
Ricardo Valente afirmou ainda que, durante a pandemia, as “exportações subiram 3%” e as “importações desceram 5%”, considerando que tal “mostra o caráter das empresas existentes na cidade”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.117 pessoas e foram registados 890.571 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.
Comentários