“Atualmente, temos uma tendência estável na nossa classificação, o que sugere que os riscos são em geral equilibrados”, disse à agência Lusa, em Londres, Jason Graffam, vice-presidente da unidade de ‘rating’ da dívida soberana da agência de notação financeira DBRS e responsável pelo acompanhamento de Portugal.
A melhoria de indicadores específicos poderá ajudar a melhorar as perspetivas, admitiu o analista da agência canadiana.
“Com Portugal, é importante pensar a partir de uma perspetiva de nível, bem como de uma perspectiva de tendência. Numa perspectiva de nível, Portugal continua a ter desafios significativos, continua a ter um nível significativo de dívida pública, um grande nível de dívida das empresas, elevados rácios de crédito malparado [NPLs]”, lembrou.
Porém, olhando através de uma perspectiva de tendência, acrescentou, os indicadores “melhoraram drasticamente” apontando, por exemplo, a queda da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 10 pontos percentuais nos últimos dois anos.
A DBRS acredita que Portugal vai continuar a reduzir a dívida pública, mas a um ritmo mais baixo tendo em conta uma desaceleração económica para menos de 2% nos próximos anos, uma tendência em linha com o resto da zona euro.
“Prevemos que o rácio da dívida relativamente ao PIB se fique pelos 120-121%, talvez 122%, que é o que a Comissão Europeia está a prever para 2018. Para este ano, [prevê-se] um declínio possível de alguns pontos percentuais. Em 2020, a expectativa é que o rácio da dívida desça para cerca de 115% do PIB, o que é uma descida saudável”, vincou Graffam.
A última avaliação da agência canadiana DBRS a Portugal, em outubro, manteve o ‘rating’ em ‘BBB’, com perspetiva estável, depois de em abril ter melhorado a notação financeira de ‘BBB (baixo)’.
A próxima avaliação da DBRS sobre Portugal está prevista para 5 de abril.
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