Rui Rio foi hoje questionado pelos jornalistas sobre afirmações do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, de que estaria disponível para conversar com o executivo nacional, numa altura em que o Orçamento tem chumbo anunciado para quarta-feira.
“As palavras que interpreto são as que eu próprio ouvi dele, a posição está tomada e está solidária, a Madeira não está à venda, tem dignidade”, afirmou.
Questionado se tem garantia de que não vão existir votos diferentes por parte dos três deputados do PSD-Madeira em relação ao voto contra decidido pela direção nacional, Rio respondeu afirmativamente.
“Foi essa a garantia que me foi dada. Mas nem quero pôr as coisas nesses termos, nada mudou, estamos todos solidários”, disse.
Aos jornalistas, Rio disse ter conhecimento de que corria “o boato” de que os deputados do PSD-Madeira poderiam quebrar a disciplina de voto, o que não seria inédito.
“As informações que tenho é que os deputados da Madeira estão perfeitamente solidários com decisão unânime da Comissão Política Nacional. A própria Comissão Política Regional decidiu o voto contra um Orçamento que é muito mau para o país e também para a Madeira”, afirmou.
O presidente do PSD louvou, até, a “solidariedade entre o que é a autonomia dos deputados do PSD da Madeira e dos Açores e a estratégia nacional”.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, manifestou hoje disponibilidade para conversar com o Governo central sobre o Orçamento do Estado para 2022 “se for para defender os interesses” da região.
“Se for para defender os interesses da Madeira, podemos conversar, mas até agora ninguém quis conversar comigo”, afirmou o chefe do executivo insular, quando questionado pelos jornalistas à margem da inauguração de um edifício no Porto do Funchal.
Hoje de manhã, o presidente do Governo da Madeira, de coligação PSD-CDS-PP, considerou ser preferível ter uma crise política “do que um orçamento que leve o país à ruína”, insistindo que “não há nenhum drama” se o documento for chumbado.
“Não há nenhum drama. É melhor [o orçamento] funcionar por duodécimos do que termos uma situação estapafúrdia de entrarmos numa crise política ou numa situação de irrealismo que leve depois a uma intervenção externa”, disse Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas à margem da apresentação da segunda edição do Orçamento Participativo regional.
O líder do executivo da Madeira considerou que as reivindicações dos “extremistas do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda”, que anunciaram voto contra o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), levariam à “ruína total do país e a um novo resgate”.
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