“Isto são sempre números em ordens de grandeza, porque temos muita dificuldade em sermos muito rigorosos nesta área, mas pelos nossos cálculos e pela informação que as ‘startup’ partilham connosco diria que, nestes cinco anos, mais de 1.500 postos de trabalho diretos foram criados por estas empresas”, disse à agência Lusa o diretor executivo da Startup Lisboa, Miguel Fontes.
Falando a propósito do quinto aniversário da incubadora, que se assinala na quinta-feira, o responsável assinalou que este valor “até é capaz de pecar por defeito”.
“Se há empresas que têm 10 ou 14 trabalhadores, […] que são de um caráter mais tecnológico e não são de trabalho intensivo, há outras que têm necessidade de recrutamento muito grandes”, observou, vincando que em causa está “emprego qualificado e num perfil de pessoas altamente disputadas no mercado de trabalho”.
Desde 2012, foram também apoiados “mais de 250 projetos, que, no total, já levantaram mais de 80 milhões de euros de investimento”.
“Acho que é um número que fala por si, para se perceber a maturidade do que estamos a falar”, sublinhou Miguel Fontes.
Atualmente, estão incubadas cerca de 100 empresas, metade das quais instaladas nos dois edifícios da Startup Lisboa (na Rua da Prata) e as restantes apenas com apoio virtual, estando sediadas noutros locais.
A taxa de ocupação é “de 100%”, destacou o responsável, referindo que 20% das ‘startups’ incubadas são de estrangeiros.
No que toca às candidaturas, registaram-se “à volta de 3.500” desde o início da incubadora, por onde já passaram empreendedores de 35 países.
Por valores que variam entre os 30 euros mensais (para incubação virtual) e entre os 100 e os 300 euros mensais (para ocupação de um espaço nos edifícios da incubadora), os empreendedores conseguem obter consultoria e orientação dos negócios, assim como acesso mais fácil a investidores.
Miguel Fontes explicou que, para o conseguir, as empresas têm de se candidatar e ser escolhidas pelo júri (composto por representantes do município, por mentores e parceiros, entre outros), sendo que apenas ali podem ficar alojadas até três anos.
“Na prática, o tempo médio anda por ano e meio, dois anos”, assinalou.
Depois disso, “ou as empresas começam a ter tração e a precisar de contratar, de crescer em termos de instalações e, naturalmente, migram para uma lógica virtual ou também já esgotaram os recursos dos próprios empreendedores, que na maior parte dos casos são muito limitados […], e então saem pelo próprio pé”, precisou, admitindo que “há um número muito elevado de ‘startups’ que não chegam lá e isso faz parte do modelo do ecossistema”.
Quanto ao perfil dos empreendedores, “a esmagadora dos fundadores [das empresas] já dobrou os 30 anos, mas depois há muita gente mais nova”, adiantou o diretor, recusando o mito de que “são só jovens acabados de sair da universidade”.
Segundo Miguel Fontes, nestes cinco anos a Startup Lisboa tem vindo a “afirmar-se como uma referência no âmbito do empreendedorismo”.
“É por termos hoje uma marca forte que nós conseguimos ter uma boa rede de mentores [voluntários], boas empresas parcerias e que as melhores ideias e os melhores projetos nos procuram”, concluiu.
As ‘startups’ são empresas ou negócios inovadores e em fase de arranque que, segundo os investidores, procuram modelos de negócios que sejam repetíveis e escaláveis.
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