O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom vai reunir-se na sexta-feira com a administração da Sudtel para esclarecer se há risco de extinção de postos de trabalho e de insolvência da empresa.
Em declarações à Lusa, a diretora dos recursos humanos da Sudtel acrescentou que a empresa tem "muito trabalho" e não prevê despedir ninguém.
"Não sei onde foram buscar esta ideia, a empresa não está insolvente e também não vai despedir", garantiu Ana Moura, que é também responsável pela área de formação na empresa que opera na área das telecomunicações.
Num comunicado, a administração da Sudtel refere que as notícias de que a empresa está em insolvência "são falsas e prejudiciais não só ao bom funcionamento" da entidade, "como ao bem-estar e tranquilidade dos seus colaboradores".
Reafirmando a sua "sustentabilidade e solidez financeira", a administração da Sudtel sublinha que "irá pôr em curso todos os meios legais com vista a ser ressarcida pelos danos causados à imagem, credibilidade, prestígio e confiança da empresa".
A Sudtel emprega cerca de 105 pessoas.
Hoje decorreu um plenário de trabalhadores da PT/Meo/Altice de Torres Novas, que teve como questões centrais o futuro da Sudtel, empresa que faz reparações de avarias e existe desde setembro de 2015, para a qual foram transferidos oito trabalhadores do Centro de Certificação situado em Torres Noves, e a situação dos colaboradores sem funções atribuídas.
O secretário-geral da CGTP-Intersindical, Arménio Carlos, que participou no plenário, afirmou não haver, até ao momento, "nenhuma indicação formal de qualquer extinção de postos de trabalho ou de insolvência" da Sudtel, sublinhando que a reunião com a administração da empresa visa esclarecer essa situação e abordar a questão do direito dos trabalhadores de poderem regressar à Altice (dona da PT), se for essa a sua vontade.
Arménio Carlos afirmou que o plenário de hoje visou discutir com os oito trabalhadores do centro de Torres Novas que foram transferidos para a Sudtel o seu apoio às posições dos sindicatos de exigência da possibilidade de terem opção de regressarem à Altice e manifestar "grande solidariedade" com os trabalhadores que "continuam a ser assediados, a apresentarem-se para trabalhar e a verem recusada a sua prestação de trabalho".
Os dois trabalhadores do centro de Torres Novas aos quais foram retiradas funções, um, especialista em energia, há 15 meses, e outro, técnico de transmissões em telecomunicações, há oito meses, disseram à Lusa que existe "má fé" na atuação da empresa, pois "o trabalho continua a existir".
Segundo os trabalhadores, um a trabalhar na empresa há 29 anos e o outro há 34, as ofertas de indemnização feitas pela Altice, para "aliciar" a sua saída, são "irrisórias", tendo a ausência de funções o objetivo de provocar "mossa psicológica" e levá-los à saída.
Arménio Carlos afirmou que, além dos 155 trabalhadores transferidos para outras empresas do grupo, foram “enviados para casa” outros 60, havendo "à volta de 40 a 50 espalhados pelo país que se apresentam para trabalhar, estão nas instalações da Altice, cumprem o horário de trabalho, querem trabalhar e não lhes dão trabalho, quando toda a gente sabe que há trabalho para fazer", o que, no seu entender, constitui "uma atitude de assédio, de intimidação, de desrespeito".
O secretário-geral da CGTP afirmou que a Altice "já teve duas coimas elevadíssimas", uma da ordem dos 4,8 milhões de euros e outra entre 50.000 e 168.000 euros.
Segundo Arménio Carlos, todos os trabalhadores que se apresentam para trabalhar e não lhes é dado trabalho foram várias vezes assediados pela Altice para rescindirem o contrato de trabalho.
Fontes sindicais afirmaram, durante o plenário, que os processos que foram colocados em tribunal se encontram em fase de audiência de partes, estando o primeiro julgamento, relativo à Winprovit, agendado para 15 de maio, no Tribunal do Trabalho de Lisboa.
Comentários