“Pintura Inacabada” esteve selecionado para o TorinoFilmLab, um programa para projetos em fase inicial, tendo recebido na quarta-feira um prémio, de 8.000 euros, de apoio ao desenvolvimento de argumento.
À agência Lusa, o produtor Pedro Fernandes Duarte explicou que, dada a morosidade de montagem financeira, o projeto só deverá ser rodado em 2023 e estreado em 2024, tendo atualmente um orçamento estimado de 1,5 milhões de euros, com possibilidades ainda em aberto para coproduções com alguns países europeus.
“Pintura Inacabada” é um filme de ficção sobre uma mulher, conservadora de pintura, a braços com uma doença terminal, e inspira-se numa história real, da mãe da realizadora, que morreu em consequência de um cancro.
Será um filme “cheio de magia, de realismo mágico”, adiantou o produtor. A sinopse indica que se desenrolará num diálogo entre personagens, obras de arte e a própria realizadora.
Na nota de intenções sobre o projeto, divulgada na página do TorinoFilmLab, Catarina Vasconcelos explica que quando a mãe morreu em 2003, Portugal ainda “discutia timidamente” a necessidade de cuidados paliativos para doentes em fim de vida, e em 2020 o país “finalmente começou a discutir a legalização da eutanásia, palavra que em grego significa ‘boa morte'”.
“Os filmes não fazem justiça, mas permitem-nos retratar pedaços da nossa realidade e encenar de uma forma mágica as nossas suposições. Nos filmes, até podemos proibir a morte”, escreveu a realizadora.
Esta é a terceira produção assinada por Catarina Vasconcelos, depois da premiada longa-metragem “A metamorfose dos pássaros” (2020) e da curta-metragem “Metáfora ou a tristeza virada do avesso” (2014), ambas marcadas pela memória e pela família.
“A metamorfose dos pássaros” é o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, em 2022.
O filme teve a estreia mundial em fevereiro de 2020 no Festival de Cinema de Berlim e desde então sido amplamente premiado em festivais em todo o mundo, em particular com distinções de público e da crítica.
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