O projeto é uma parceria do Google Arts & Culture com a Direção-Geral do Património Cultural, que permite disponibilizar para o mundo inteiro mais de 3.000 obras do património cultural português, mais de 80 exposições virtuais (mais de 60 exposições e 20 ‘tours’ de realidade virtual), e ainda uma viagem pelos marcos históricos descritos no guia para turistas de Fernando Pessoa, em 1925, no Google Earth.
A arquitetura, o teatro, a música, a história de Inês de Castro, mulheres que quebraram barreiras e uma viagem com Luís Vaz de Camões são as temáticas abrangidas pelas ‘tours’ em realidade virtual, dando a conhecer mais aprofundadamente os diferentes aspetos que compõem o património de Portugal.
Para tal, 22 instituições disponibilizaram as suas coleções, permitindo assim ir além do espaço físico, e abrir portas para que pessoas de todo o mundo possam conhecer a cultura portuguesa.
Para a ministra da Cultura, Graça Fonseca, esta é uma “extraordinária mais-valia para os nossos museus e monumentos, fundamentalmente para o nosso país”.
“Com esta presença dos museus e monumentos nacionais na plataforma Google Arts & Culture, com mais de 3.000 obras digitalizadas e mais de mil em alta resolução, vai nos permitir a todos ver detalhes e conhecer histórias que provavelmente não conhecíamos”, afirmou.
A ministra deu como exemplo o rinoceronte que está na Torre de Belém virado para o rio Tejo, e que não é fácil de ver tão próximo como a plataforma permite ver, e saber a história de por que é que há um rinoceronte na Torre de Belém.
Outro exemplo apontado pela governante como uma das possibilidades da plataforma é o de conhecer a história da razão por que a NASA decidiu atribuir o nome de Maria Helena Vieira da Silva a uma das suas crateras e “o que isso representa em termos de projeção internacional de um dos nomes maiores da cultura portuguesa”.
Entre as mais de 3.000 obras de arte portuguesas digitalizadas no Google Arts & Culture, contam-se peças representativas da influência dos portugueses na arte japonesa, os icónicos azulejos, os coches e os grandes nomes da arte portuguesa.
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, presente no lançamento do projeto, destacou a importância da parceria com a Google no empréstimo da sua Art Camera, uma câmara capaz de digitalizar com alta resolução e revelar detalhes que poderiam passar despercebidos a olho a nu.
Um dos exemplos é “O Grande Panorama de Lisboa”, um documento histórico de Lisboa que pode ser contemplado virtualmente no mais pequeno detalhe.
Amit Sood, diretor do Google Cultural Institute, destacou que os seis Painéis de São Vicente são a maior obra de arte digitalizada de sempre, com milhares de milhões de pixéis.
Graça Fonseca sublinhou que este projeto é uma viagem pela cultura portuguesa, que tem a potencialidade de “mostrar o que não [se consegue] ver nem alcançar” e o “potencial de internacionalização”, permitindo que alguém a muitos milhares de quilómetros se possa interessar e vir a Portugal ver presencialmente o património cultural.
A ministra lembrou ainda uma componente importante da tecnologia que é a de permitir “preservar espólios muito importantes, e é importante, com alguns incidentes graves que aconteceram recentemente, felizmente não em Portugal, a possibilidade de preservar para sempre o nosso património”.
Graça Fonseca aludia ao incêndio no Museu Nacional do Brasil, em 2018, que consumiu o seu acervo cultural, incluindo peças ligadas a Portugal.
Graça Fonseca deixou ainda dois desafios à Google, no sentido de esta ser uma “primeira etapa” da parceria entre a cultura e a Google, que possa desenvolver-se mais na parte da das mulheres e das crianças.
No âmbito do trabalho que a Google com mulheres de todo o mundo, o desafio lançado pela ministra é o de “desenvolver novos conteúdos e contar novas histórias ao mundo, porque muitas mulheres, principalmente na cultura não têm a mesma projeção que muitos homens têm”.
Relativamente aos mais jovens, Graça Fonseca considerou que há potencial para desenvolver uma linguagem que permita chegar ainda mais às crianças, para que se tornem consumidores e amantes de arte e cultura.
A ministra da presidência destacou que esta é mais uma medida do Simplex, “um aliado da cultura”, como “a cultura é uma aliada do Simplex”.
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