Esta é a VII edição do Prémio Nacional de Poesia, e Gastão Cruz vai receber os 5.000 euros do prémio monetário que a distinção acarreta depois de, na terça-feira, o seu livro "Existência" ter sido o distinguido por unanimidade pelo júri composto pela crítica literária Helena Vasconcelos, pelo poeta e professor universitário Fernando Pinto do Amaral e pelo professor universitário da Universidade do Algarve João Minhoto Marques, contextualizou a autarquia algarvia.
A Câmara de Faro argumentou que a “escolha de 'Existência' de Gastão Cruz, publicado em 2017 pela Assírio & Alvim, acabou por se impor”, entre “um elevado número” de títulos a concurso, porque o júri reconheceu a “excelência de uma obra perfeitamente trabalhada” que reflete “uma profunda meditação sobre o drama existencial, sobre a vivência poética” e “o caminho percorrido”, mas também uma dedicação ao “estudo e questionamento permanente do ‘ser poético’”.
“'Existência' é uma obra ímpar, no entender do júri, ‘não apenas pelo facto de revelar uma profunda sabedoria, como também por, inequivocamente, partilhar de modo intencional esse conhecimento. Trata-se, com efeito, de um livro no qual convergem a experiência da vida e a vivência do tempo de um eu que se dá a conhecer nas suas convicções, mas também nas suas dúvidas, procurando conciliar a voz pessoal com a consciência do destino humano”, justificou a autarquia num comunicado.
Em julho, “Existência” foi distinguido com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.
O município de Faro também destacou a “notável qualidade poética” do trabalho de Gastão Cruz, que obedece à “melhor tradição moderna da poesia europeia”, no qual “o pensamento sobre a poesia” e a “dimensão auto-referencial” são temas sempre presentes.
Gastão Cruz segue-se assim a Fernando Echevarria, Fernando Guimarães, Nuno Júdice, João Rui de Sousa, Luís Quintais e João Luís Barreto Guimarães, vencedores das anteriores seis edições do prémio António Ramos Rosa.
“Também ensaísta, crítico literário e tradutor, além de professor e encenador, Gastão Cruz, nascido em Faro em 1941, é autor de um dos mais relevantes trajetos da poesia portuguesa contemporânea, marcado por um esforço de renovação e autonomização da linguagem poética, que também passa pela reinvenção de algumas formas clássicas, e por um particular cuidado na construção formal dos poemas e na sua articulação dentro de cada livro”, enalteceu ainda o município.
A mesma fonte anunciou ainda que a Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa vai acolher, a 19 de outubro, pelas 16:00, a cerimónia de entrega do prémio literário a Gastão Cruz.
O prémio António Ramos Rosa distingue o patrono da biblioteca municipal de Faro, que nasceu em Faro e foi um “vulto maior do panorama poético nacional e internacional”, e é atribuído bianualmente desde 2015, depois de um primeiro período que contou com duas edições, entre 1999 e 2001, sendo retomado outras duas edições, em 2007 e 2009.
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