“Atualmente, a Turquia é a mais lotada prisão para jornalistas e isso é muito triste”, lamenta. “As ideias não se prendem, as pessoas são presas apenas fisicamente, mas isso não muda nada, elas continuam a pensar”, reflete.
Durante o concerto, no Castelo de Sines, Gaye Su Akyol cantou uma música turca “muito antiga”, dos anos 1960, chamada “Yaz Gazeteci Yaz” (escreve, jornalista, escreve). Como, desde então, “as coisas não mudaram realmente” no país, a cantora-compositora precisou apenas de alterar oito frases para a adaptar à atualidade.
Segundo dados da Plataforma para o Jornalismo Independente, há 162 jornalistas em prisão preventiva na Turquia atualmente.
“As pessoas têm medo de ir para a prisão, têm mesmo medo que lhes aconteçam coisas más”, frisou, assumindo que o risco é sério.
“Mas há sempre esperança e eu acredito que as pessoas se estão a unir, com as suas ideias e sentimentos e, em breve, com a sua arte”, destaca a cantora, que apresentou ao público reunido no Castelo de Sines para o último dia da 19.ª edição do FMM, o disco “Hologram Ĭmparatorluğu”, sobre o mundo enquanto "império holograma".
Mas, mesmo em clima de repressão, há sinais positivos. “A pressão faz com que as pessoas se unam e precisem de exprimir as suas emoções e, portanto, há grandes bandas turcas na Turquia atualmente”, exemplifica.
“Tenho sempre esperança, se não tivermos esperança, não fazemos nada. A esperança é a melhor forma de mudar”, acredita.
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