A partir de 25 de outubro, a galeria principal do museu da Gulbenkian irá receber a exposição “Veneza em Festa. De Canaletto a Guardi”, os mestres da pintura veneziana do século XVIII, numa exposição realizada em colaboração com o Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, em Espanha.
Patente até 13 de janeiro de 2025, a exposição surge na sequência de uma colaboração entre a Gulbenkian e o Thyssen-Bornemisza desenvolvida em 2009, dedicada ao pintor francês Henri Fantin-Latour, recorda a fundação no seu ‘site’.
O novo projeto de encontro de obras, baseado nas afinidades das coleções das duas instituições culturais ibéricas, inicia-se em Lisboa, e terá continuidade em Madrid no início de 2025.
Pintores venezianos como Canaletto, Guardi, Bellotto e Tiepolo, autores de algumas das mais brilhantes composições do seu tempo, encontram-se entre os artistas selecionados para esta exposição.
Nas várias obras “será possível encontrar os temas das celebrações realizadas na Sereníssima, as ´vedute´, vistas panorâmicas de um determinado local, e os ´capricci´, arquiteturas fantasistas fruto da imaginação dos artistas locais, todas elas motivos festivos”.
Poucos dias antes, a 11 de outubro, a Gulbenkian irá também inaugurar no átrio do edifício a exposição “Narrativas do Eu. Entre o Público e o Privado”, tendo como ponto de partida a Coleção de Livros de Artista e edição independente da própria Biblioteca de Arte.
A exposição reflete a investigação desenvolvida no âmbito do projeto do Instituto da História da Arte/NOVA SEED-Project “Narrativas do Eu em Livros de Artistas Mulheres”.
Estabelecendo a ponte entre a História da arte contemporânea e os estudos de género, a mostra – patente até 17 de março – reflete sobre “a forma como as práticas artísticas feministas na área dos livros e edições de artista contribuem para a emancipação das ´subjetividades femininas´, dando particular ênfase a discursos heterodoxos autorretratísticos e autobiográficos”.
Em relação à exposição “Dança não dança. Arqueologias da nova dança em Portugal”, será apresentada entre 08 de novembro e 25 de fevereiro de 2025, na galeria do piso inferior da Gulbenkian, propondo-se “percorrer o século XX e início do século XXI com o corpo, acompanhando diferentes manifestações de dança que refletem e problematizam o seu tempo”.
“Dança não dança” corresponde à sétima edição do projeto “Para uma Timeline a Haver — Genealogias da Dança como Prática Artística em Portugal”, iniciado em 2016, que procura investigar a Nova Dança Portuguesa, e “mapear as histórias da dança que permanecem ausentes das narrativas da história da arte e da história cultural no país”.
Ao longo das sete salas que compõem a galeria, vão “vislumbrar-se danças que, por um lado, circunscrevem a vontade de criação de uma cultura de dança e, por outro, uma vontade de renovação”, aponta.
A exposição prolonga-se num livro e num programa de revisitações e novos trabalhos coreográficos.
Em setembro está prevista a reabertura ao público do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Gulbenkian com várias exposições e um programa de artes performativas, após uma remodelação da autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma, anunciou a Gulbenkian em fevereiro deste ano.
Encerrado desde 2020, o CAM, com direção de Benjamin Weil, reabrirá no dia 20 de setembro com um projeto da artista visual Leonor Antunes, a exposição “Linha de Maré” e uma outra dedicada ao pintor, fotógrafo e designer gráfico Fernando Lemos (1926-2019).
Inaugurado em 1983, o CAM alberga uma coleção com cerca de 12 mil obras de arte moderna e contemporânea, predominantemente portuguesa, que inclui também obras de artistas estrangeiros.
O programa de abertura, em setembro, apresentará mais de 90 obras de diferentes tipologias artísticas – a maioria das quais inspiradas pelo 25 de Abril de 1974 – na mostra “Linha de Maré”, e uma exposição de Fernando Lemos que mostrará a relação da sua obra com o Japão, nos anos 1960, quando o artista recebeu uma bolsa da Gulbenkian para estudar caligrafia japonesa e aprender técnicas de fotografia.
O fim de semana de abertura terá um programa de eventos que inclui performances dos artistas japoneses Ryoko Sekiguchi e Samon Takahashi, e exposições de Go Watanabe e Yasuhiro Morinaga.
A exposição de Leonor Antunes será apresentada na galeria principal do CAM, com uma instalação imersiva, num projeto intitulado “Da desigualdade constante dos dias de Leonor”, que pretende questionar a invisibilidade das mulheres no cânone da história da arte moderna, como o trabalho quase desconhecido de Sadie Speight, arquiteta e ‘designer’ britânica que contribuiu para o primeiro projeto de arquitetura do CAM, concebido na década de 1980.
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