Intitulada "Mário Soares e o Neorrealismo", a mostra tem curadoria de David Santos e irá explorar a relação de Mário Soares com os neorrealistas, com quem partilhou ideais de transformação política e social no período imediatamente posterior à II Guerra Mundial, recorda um comunicado do museu.
Cartas, fotografias e apontamentos biográficos vão revelar esses laços de Soares com escritores como Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Orlando da Costa e Mário Sacramento, bem como com artistas como Júlio Pomar e Francisco Castro Rodrigues, que o retrataram durante a prisão em Caxias, em 1947.
Mário Soares, nascido em 7 de dezembro de 1924, foi um profundo admirador do neorrealismo, como recordou em 2008, numa palestra no primeiro aniversário do museu de Vila Franca: “Fui militantemente neorrealista e leitor de tudo o que se ia publicando dessa corrente. Conheci todos os autores e, de muitos, fui amigo íntimo”, refere o texto, em citação.
A exposição destacará também a ligação de Soares a Vila Franca de Xira, onde participou em iniciativas do museu, incluindo colaborações com a Fundação Mário Soares, nomeadamente, em 2010, da memória do Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, e em 2012, com a celebração do centenário do escritor Jorge Amado.
Mário Soares foi o primeiro presidente civil após a ditadura e seis décadas de presidentes da República militares, eleito nas eleições presidenciais mais disputadas da história da democracia portuguesa, em 1986.
"Mário Soares e o Neorrealismo" ficará patente até 30 de março de 2025 na livraria do museu, com entrada livre, anunciou hoje o Museu do Neo-Realismo.
O centenário do antigo presidente é também assinalado pela editora Dom Quixote, que anunciou na semana passada o regresso às livrarias de "Mário Soares, uma Vida", de Joaquim Vieira, numa edição revista e atualizada “com factos inéditos”.
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