"Quichotte", de Salman Rushdie
“Tal como Cervantes escreveu ‘Dom Quixote’ para satirizar a cultura do seu tempo, Rushdie transporta o leitor numa desvairada corrida através de um país à beira do colapso moral e espiritual”, escreve a editora Dom Quixote, que a 15 de setembro verá “Quichotte” nas prateleiras das livrarias portuguesas.
Inspirado naquele que é muitas vezes considerado o primeiro romance moderno, o clássico “Dom Quixote de la Mancha”, de Cervantes, Salman Rushdie, que foi Prémio Booker Prize de 1981, conta a história de Sam DuChamp, um autor medíocre de livros de espionagem que cria Quichotte, um vendedor ambulante obcecado pela televisão, que se apaixona por uma estrela de televisão.
Acompanhado pelo seu filho (imaginário) Sancho, Quichotte segue viagem para provar que é merecedor do amor da atriz. Entretanto, o seu criador vive uma crise de meia-idade e enfrenta os desafios de uma era em que “Tudo-Pode-Acontecer”. O livro, que foi finalista do Booker Prizer de 2019, está há um ano no mercado inglês e chega agora a Portugal com tradução de J. Teixeira de Aguilar.
Dois livros para assinalar os 100 anos do nascimento de Ruben A.
Nos 100 anos de Ruben A., dois livros andam de mãos dadas. A partir de amanhã, dia 10 de setembro, a Assírio & Alvim põe nas vitrines das livrarias uma nova edição de “O Mundo à Minha Procura”, prefaciado pelo atual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; e uma reedição de “Silêncio para 4”.
“O Mundo à Minha Procura” reúne num só volume os três livros que constituem a autobiografia do autor. Episódios da infância, do primeiro amor, dos estudos em Coimbra, das amizades, dos livros e viagens estão todos lá. Para Ruben A., a “forma autobiográfica é a mais pura do romance”, como disse numa entrevista ao Diário Popular em julho de 1965. É uma “criação permanente de um estado de espírito que traz presentes os fantasmas que se acolheram no sótão da sensibilidade”.
“Silêncio para 4” trata-se de um diálogo-monólogo, onde Ruben A leva a cabo “um exercício sem rede”, descreve Eduardo Lourenço no prefácio, “com uma mestria prodigiosa”.
Ruben A. nasceu em Lisboa, estudou em Coimbra, ensinou Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Londres e nessa cidade faleceu. “Torre da Barbela” (1964), em que o autor funde a ficção biográfica e a ficção histórica, é um dos livros mais célebres do escritor.
"Pensar o Futuro. Portugal e o Mundo após a Covid-19", coordenação de Nicolau Santos
O Grupo Porto Editora publica “Pensar o Futuro. Portugal e o Mundo após a Covid-19”, livro com coordenação do jornalista Nicolau Santos, atual presidente do Conselho de Administração da agência noticiosa Lusa.
Com os primeiros casos da doença em Portugal vieram medidas que alteraram as rotinas dos nossos dias. Mas como será o mundo pós-pandemia? Que repercussões terá este vírus em áreas como a ciência, a educação, a cultura, o trabalho ou a religião?
O livro conta com opiniões e testemunhos das mais variadas personalidades portuguesas, como o cientista Alexandre Quintanilha; o físico Carlos Fiolhais; o ex-comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação Carlos Moedas; cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente; o empresário e engenheiro, ex-presidente da TAP durante 18 anos, Fernando Pinto; o economista e político Francisco Louçã; o médico patologista professor catedrático, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Germano de Sousa; o economista e professor catedrático João César das Neves; o psiquiatra José Gameiro.
Também participam a escritora premiada nacional e internacionalmente, com mais de 30 títulos publicados Lídia Jorge; o Coordenador do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social e antigo secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva; o matemático e antigo Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato; o diretor do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova e ex-ministro da Administração Interna e da Defesa, Nuno Severiano Teixeira; e o virologista investigador científico, professor universitário Pedro Simas.
As vendas desta obra revertem para a associação Casa, de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo.
"Os rapazes de Nickel", de Colson Whitehead
A Alfaguara junta ao seu catálogo o livro vencedor do Prémio Pulitzer 2019. Traduzido por Hugo Gonçalves, “Os rapazes de Nickel”, de Colson Whitehead, trata a história de dois amigos que lutam pela sobrevivência num reformatório para jovens, num país e num tempo em que a cor da pele determina demasiado.
“Mesmo depois de mortos, os rapazes eram um problema”. Baseado em factos reais, o novo livro de Colson Whitehead começa com esta curta e poderosa frase. “Os rapazes de Nickel”, considerado pela revista Time um dos 10 melhores romances da década, é também bestseller da New York Times, venceu o Kirkus Prize para Ficção e foi finalista para o National Book Critics Circle Award, entre outras distinções.
Whitehead já era dono de um Pulitzer com o romance “A estrada subterrânea”, publicado em 2017 também pela Alfaguara e que vai ser adaptado para a televisão.
"Hipnose", de Paulo Moura
“Esqueçam a democracia, o Estado de Direito, o livre arbítrio. Bem-vindos à... Hipnose”, escreveu Paulo Moura nas redes sociais a apresentar o seu mais recente livro. O escritor e jornalista sempre foi um contador de histórias. Contou como eram os dias em zonas de crise por todo o mundo (Iraque, Egipto, China) e escreveu sobre Portugal e a sua gente. Depois de mais de uma dezena de livros de não-ficção e Jornalismo literário, Paulo Moura lança o seu primeiro romance, que já está nas livrarias.
“Hipnose” acompanha o jornalista mexicano Chespirito Diaz, no início dos anos 90, que, chegado a Washington para vingar na vida e disposto a salvar o mundo, estava longe de imaginar que seria a causa de uma guerra. A editora escreve que este é “o romance dessa década decisiva, entre a tomada de posse de Bill Clinton, em 1993, e a guerra do Iraque, em 2003, e pode ser lido como uma reflexão sobre a natureza e as origens da persuasão colectiva no mundo contemporâneo”.
Publicado pela Suma de Letras, uma chancela da Penguin Random House, “Hipnose” está hoje, dia 9 de setembro, nas mãos do autor para conversas sobre o livro, às 18h00 na Feira do Livro de Lisboa, no stand da Penguin Random House.
"Tempos Duros", de Mario Vargas Llosa
Em capa mole, “Tempos Duros” já está nas livrarias, editado pela Quetzal. Na Guatemala de 1954, o golpe militar liderado por Carlos Castillo Armas, apoiado pela agência de inteligência norte-americana, leva à queda do governo reformista de Jacobo Árbenz. E como se chegou até aqui? Com uma mentira que mudou a história da América Latina: “a acusação — por parte do governo de Eisenhower — de que Árbenz, um líder moderado, encorajava a entrada do comunismo soviético no país e no continente”.
Vargas Llosa, Nobel da Literatura de 2010, reconstitui episódios da vida da América Latina e as suas singularidades e funde a realidade com duas ficções: “a do narrador que livremente recria personagens e situações; e a que foi desenhada por aqueles que quiseram controlar a política e a economia de um continente, manipulando a sua história, pondo e dispondo da vida de países que tentaram caminhos independentes”, como escreve a editora.
"Pela Terra Alheia", de Ramalho Ortigão
A coleção de literatura de viagens “Terra Incógnita”, da Quetzal, publica agora “Pela Terra Alheia”, de Ramalho Ortigão, que percorre Espanha, França, Alemanha e Itália, dando também um salto por cima do Atlântico para chegar à Argentina.
Num só volume estão os dois tomos da edição original, que reúne textos escritos entre 1867 e 1910, onde Ramalho Ortigão, que chegou a ser professor de Eça de Queirós (com quem fundou "As Farpas"), se deixa deslumbrar pelas cidades que visita.
A editora escreve que, ao mesmo tempo que é "romântico e cosmopolita", Ramalho é "um viajante culto e informado, desejoso da companhia do leitor; por isso, os seus textos são visuais, enaltecem a paisagem (descrevendo-a em pinceladas fortes), elogiam os costumes e os hábitos estranhos, constroem um ideal de civilização onde o homem é substituído pelo gentleman e a curiosidade é tão eterna como as paragens por onde nos leva, concebendo-se a si mesmo como ‘um risonho fantasma de pé leve'".
Este livro esgotado há muito chega às livrarias dia 11 de setembro. Nesta coleção “Terra Incógnita” também está o livro de Ramalho Ortigão “Banhos de Caldas e Águas Minerais”.
"Mensagens do Avô - Crónicas do Bicho Mau", de António Mota
António Mota escreveu textos para o neto no período do confinamento e daí nasce “Mensagens do Avô, Crónicas do Bicho Mau”, que já está nas livrarias.
“No dia 27 de março de 2020, uma sexta-feira, um dia igual a tantos outros, porque o relógio e o calendário tinham deixado de ser úteis, reparei nas flores brancas das cerejeiras e lembrei-me de que tinha prometido mostrar as árvores floridas ao meu neto, quase a festejar cinco anos de vida. Fiquei abalado.” António Mota pegou no telemóvel e começou a escrever: “Santiago, este ano não irás comigo ver as flores das árvores.”
Publicou o texto no Facebook e no dia seguinte voltou a escrever. “Só parei quarenta e um dias depois”, já que sentia “o carinho dos muitos leitores” que estiveram a seu lado.
“Foram dias intensos, inesquecíveis. Diferentes. Estranhos”, escreveu António Mota que em 1979 se estreou com “A Aldeia das Flores” e que nunca mais parou de escrever. Este livro está editado pela LeYa e também será publicado em formato audiolivro.
“Amália nas suas Próprias Palavras”, de Manuel da Fonseca
É de Rui Vieira Nery o prefácio deste novo livro, que chega às livrarias dia 24 de setembro. Nery resgata um projeto da extinta Editora Arcádia, a encomenda ao escritor Manuel da Fonseca de uma biografia de Amália Rodrigues cujo centenário celebramos.
O projeto da biografia não chegou a concretizar-se. As bobinas, com nove horas de conversas gravadas de Manuel da Fonseca com Amália, ficaram esquecidas na residência do editor Nelson de Matos, que as descobriu há dois anos.
A transcrição e notas de “Amália nas suas Próprias Palavras” são do jornalista José Pedro Castanheira. A obra contou com o apoio financeiro do Museu do Fado e da Fundação Gulbenkian para a investigação, e será uma edição do Grupo Porto Editora em parceria com as Edições Nelson de Matos.
"A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa", de Guida Cândido
Um amante de gastronomia não deixa umas pataniscas, um caldo-verde ou uns peixinhos da horta escapar – tão-pouco se falarmos de Bolo-rei, arroz-doce ou rabanadas.
A especialista em História da Alimentação e autora premiada de duas obras de gastronomia (“Cinco Séculos à Mesa” e “Comer como Uma Rainha”), Guida Cândido, também não deixa essas iguarias de lado.
Em “A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa” são-nos revelados segredos sobre a origem destas receitas. Para abrir o apetite, saiba que já se servia marmelada no início do século XVI e que uma receita de ovos-moles figura no primeiro livro de cozinha impresso em Portugal.
A partir de 29 de setembro, o livro editado pela Dom Quixote revela também que as Tripas à Moda do Porto estão num livro de 1715 e que o cozinheiro de D. José e D. Maria I já fazia Pão-de-Ló.
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