“A primeira-ministra [Theresa May] falou esta noite [de sábado] com o DUP para discutir a finalização de um acordo quando o Parlamento retomar os seus trabalhos na próxima semana”, indicou um porta-voz de Downing Street em comunicado.
“Daremos as boas-vindas a qualquer compromisso que seja acordado, dado que irá proporcionar a estabilidade e a segurança que todo o país precisa durante e depois do ‘Brexit'”, referiu.
Este comunicado surge depois de um outro, emitido no sábado, que exagerou no progresso das conversações, ao anunciar que o DUP tinha já dado ‘luz verde’ às principais linhas de uma proposta para apoiar os conservadores, falando de um princípio de acordo com o DUP para governar com o apoio pontual, mas aparentemente sem coligação.
Segundo fontes da Sky News, Downing Street cometeu um erro quando emitiu o primeiro comunicado, que o levou então a clarificar o atual ponto de situação das negociações. O DUP confirmou ao canal de televisão que ainda não concordou apoiar os ‘tories’, mas que as conversações prosseguem.
“Hoje [sábado] o DUP manteve discussões com representantes do Partido Conservador em linha com o compromisso de Arlene Foster para explorar de que forma podemos trazer estabilidade à nação neste momento de grande desafio. As conversações até ao momento têm sido positivas”, afirmou o partido.
“As discussões vão continuar na próxima semana para afinar detalhes e de modo a alcançar um acordo sobre os arranjos para o novo Parlamento”, acrescentou.
O DUP, principal força política na Irlanda do Norte, defensora da união com o Reino Unido e do ‘Brexit’, elegeu 10 deputados, os quais podem dar a maioria de que os conservadores precisam depois de terem reduzido a sua presença no Parlamento para 318 deputados nas eleições legislativas de quinta-feira, menos oito do que precisariam para terem maioria absoluta.
Apesar de ainda estar em negociações para assegurar a sua posição em Westminster, o parlamento britânico, May não pretende atrasar o Brexit.
Segundo um comunicado divulgado pelos serviços do Governo britânico, Theresa May teve uma conversa telefónica com a chanceler alemã, durante a qual "confirmou a sua intenção de iniciar como previsto as discussões sobre o Brexit nas próximas duas semanas".
De recordar que ao convocar eleições, a 18 de abril deste ano, May pediu aos britânicos que reforçassem a sua posição e a do Partido Conservador para negociar o Brexit. O referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia não só dividiu o país, como Westminster. May chegou à liderança do Governo graças à demissão de David Cameron - defensor da permanência do Reino Unido no grupo dos 28 e que saiu perante o resultado do referendo. Apesar da vantagem com que partiu (quase 20 pontos percentuais) face ao principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, May acabou por perder a maioria que os conservadores tinham no parlamento, saindo, contra todas as expectativas, mais debilitada destas eleições.
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