Marcelo Rebelo de Sousa começou o seu discurso saudando todos os presentes, tal como Carlos Moedas o tinha feito antes. O presidente da República começou por lembrar a história, lembrando a evolução da vida, recuando 100 anos para lembrar que, em 1923, Portugal era um “mundo rural”, em que muitos não conheciam o “carro” e os populares “não conheciam o avião. "Poucos tinham o ensino primário e ainda menos tinham o secundário", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Olhando também para os "loucos anos 20", Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a Europa "estava convencida de que sempre dominaria o universo” e que os modernismos só podiam ser europeus e que as guerras não mais regressariam ao velho continente”.
Referindo Portugal, o presidente da República explicou que era aí "que andava Portugal”, no jeito que é próprio”, convivendo com outros impérios que começavam a viver o seu fim. E cem anos depois, referiu Marcelo, viu-se “o fim do fim desses impérios, nas áreas da sua influência linguística, económica e social”. O mesmo aconteceria, diz Marcelo, “com o último dos impérios europeus a deixar de o ser: o português”.
"Havia quem soubesse retirar lições do passado ou do presente para evitar cometer erros iguais no futuro. E esse acabariam por liderar o futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, recordando o responsáveis passados pelas Nações.
Voltando ao presente, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um aviso aos meios democráticos, pretendendo que estes não sejam substituídos por outros, como afirma Marcelo quando diz para "que outros não preencham o vazio"
O aviso continua, com o Presidente da República afirmando que “tudo isto pode acontecer e mais depressa do que se pensa. A mudança submergir pântanos, abrir comportas demasiado tempo encerrado. Ou não, se a mudança chegar porque se prefere a abertura ao fechamento”.
"Não podemos deixar morrer a liberdade”, incluindo a de pensamento e de expressão, custe o que custar”, indicou Marcelo Rebelo de Sousa.
Carlos Moedas, anfitrião desta cerimónia e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi quem iniciou os discursos. O atual autarca de Lisboa começou por saudar todos os presentes nesta cerimónia.
"113 anos passaram desde que a República foi proclamada, nesta histórica varanda. Mais uma vez estamos aqui para celebrar o 5 de outubro. Podemos olhar para ela como o tiro de partida para algo melhor. No próximo ano, para além dos festejos de 25 de abril, a Câmara também vai celebrar o 25 de novembro", começou por dizer Carlos Moedas.
"A política tem de voltar a ser vista, sentida pelas pessoas. Há um divorcio entre a política e as pessoas. Há um vazio, capturado pelas minorias barulhentas. Há falta de um ativismo moderado que dê respostas concretas. A República de 1910 autodestruiu-se por causa dessas minorias. Quem fomenta esse radicalismo arrisca-se a colher mais cedo ou mais tarde a dissolução do regime. Não queiramos contribuir para um desfecho assim", afirmou Carlos Moedas.
"Um estado social local para construir um estado social nacional. Temos de olhar para os idosos, mas também para os que trabalham. Muitos destes portugueses pensam, com razão, que vivem sobrecarregados com impostos. Mas, é possível baixar os impostos. Em Lisboa vamos continuar a fazer isso, como o fazemos há dois anos. E para o ano vamos fazer o mesmo, baixando um ponto percentual", disse o autarca de Lisboa.
"Temos de também olhar para os jovens, que se sentem mais valorizados, muitas vezes, fora do seu país. Temos de dar esperança aos nossos jovens. Também eu trabalhei fora, senti isso. Quero atrair talento para Lisboa, quero valorizar o talento desses jovens. Com a Fábrica de Unicórnios já atraímos mais de cinquenta empresas tecnológicas. Lisboa, está, mais uma vez pronta para ajudar na inovação do país. Para o futuro não ser uma sombra, vamos lembrar de virar a página, de olhar para uma página em branco. Vamos trabalhar com todos os partidos moderados para tal". disse Carlos Moedas.
Viva Lisboa, viva sempre, mas sempre, Portugal", terminou assim o discurso Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa também já discursa no 113.º aniversário da Implantação da República, data em que tem deixado alertas sobre a qualidade da democracia, mas também sobre a evolução económica do país.
O 5 de Outubro voltou a ser feriado nacional em 2016, ano em que Marcelo Rebelo de Sousa se tornou Presidente da República – tinha sido eliminado em 2013 pelo anterior Governo PSD/CDS-PP -, quando o PS governava com o apoio parlamentar dos partidos à sua esquerda.
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