Ao anunciar a detenção de um grupo de pessoas acusadas de planearem o sequestro da governadora do Michigan, a procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel, descreveu a conspiração para sequestrar Whitmer, de 49 anos, como uma "ameaça séria e credível".
Andrew Birge, promotor federal do distrito oeste de Michigan, disse que seis dos detidos respondem por crimes federais por conspirar para sequestrar a governadora na sua casa de verão. Segundo este responsável, estes homens agora detidos vigiaram a casa de Whitmer e chegaram a testar um artefato explosivo improvisado, que pretendiam usar para despistar a polícia.
Foram detidos por agentes do FBI e da polícia de Michigan na quarta-feira, quando se reuniram para "arrecadar fundos para explosivos e trocar equipamento tático", disse o Departamento de Justiça.
Gretchen Whitmer, que esteve entre as favoritas para integrar a equipa presidencial democrata com Joe Biden, adversário de Donald Trump nas eleições de 3 de novembro, agradeceu à polícia por impedir o plano de sequestro e repreendeu o presidente americano por não condenar grupos de ódio.
Whitmer foi repetidamente atacada por Trump este ano por impor um duro confinamento para conter o coronavírus, e grupos armados de direita organizaram protestos na capital do estado, Lansig, contra as ordens da governadora para que as pessoas ficassem em casa. "LIBERTEM MICHIGAN!", escreveu mesmo Trump num tweet publicado em abril.
Whitmer disse que nunca imaginou que algo como um sequestro poderia acontecer. "Não somos inimigos entre nós. Este vírus é o nosso inimigo", afirmou.
A governadora recordou a recusa de Trump, durante o debate com Biden na semana passada, em condenar os supremacistas brancos e os "grupos de ódio", como as duas milícias de Michigan suspeitas de planear seu sequestro.
"Recuem e esperem, disse-lhes (Trump)", lembrou Whitmer.
"Quando os nossos líderes se reúnem, incentivam ou confraternizam com terroristas nacionais, legitimam as suas ações, são cúmplices", afirmou.
Biden, que lidera as sondagens de intenção de voto, também condenou Trump.
"As palavras que profere são importantes", disse o candidato, durante um evento de campanha, questionando o presidente por não ter dito "parem" e não prometer perseguir os supremacistas brancos.
O FBI soube através das redes sociais
A procuradora-geral de Michigan disse que além dos seis homens detidos por planear o sequestro da governadora, sete membros de um grupo de milícias chamado Wolverine Watchmen enfrentam acusações estaduais.
Suspeita-se que tentassem identificar os endereços das casas dos agentes de ordem para investir contra eles e "instigar uma guerra civil", disse Nessel.
Também planeavam atacar o prédio do Congresso em Lansing e sequestrar funcionários do governo, além de Whitmer, acrescentou a mesma responsável.
Os sete foram acusados de vários crimes relacionados com atos terroristas e participação em gangues.
O FBI informou que soube através das redes sociais, no começo de 2020, "que um grupo de pessoas estava a discutir a destituição violenta de certas figuras governamentais e policiais".
Um informador confidencial assistiu a uma reunião em junho com cerca de 14 pessoas, acrescentou o FBI, na qual o grupo "falou da criação de uma sociedade que seguisse a Declaração de Direitos dos Estados Unidos e onde pudessem ser autossuficientes".
"Discutiram diferentes formas de alcançar este objetivo, de esforços pacíficos a ações violentas", segundo documentos judiciais que mostram que "vários membros falaram de assassinar 'tiranos'".
Os seis homens acusados de conspirar para sequestrar Whitmer foram identificados como Adam Fox, Barry Croft, Ty Garbin, Kaleb Franks, Daniel Harris e Brandon Caserta.
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