Sentado à sombra na praça Alexandre Albuquerque, no centro da cidade da Praia, Celestino Furtado reconhece a importância de a cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se realizar no seu país, principalmente agora que a organização se está a "afirmar cada vez mais no contexto mundial”, disse à Lusa o canalizador de 40 anos que tem acompanhado o percurso da instituição com interesse.
Para Celestino Furtado, o assunto mais premente é o da mobilidade. Trata-se de "uma questão polémica e que é uma necessidade", afirmou.
Para além disso, "se se fala de um espaço comum, não deve ser só ao nível político, mas em outros campos”, acrescentou. "Vejo a CPLP mais no campo político. No campo social e cultural não está bem presente".
Por seu turno, Clara Marques disse à Lusa que tem grandes expectativas para este evento e que está entusiasmada com a realização da cimeira da CPLP em Cabo Verde.
"Estou a seguir as informações com grande entusiasmo e expectativas, principalmente porque Cabo Verde vai assumir a presidência da CPLP nos próximos dois anos", disse.
Reformada, mas ainda a trabalhar na área da educação, também Clara Marques considera que "a mobilidade vai ser o prato forte" deste encontro.
"Este tema tem sido recorrente. Esperemos que a presidência de Cabo Verde consiga mais alguma coisa nesta temática", disse.
Apesar de reconhecer "avanços interessantes" desde que a CPLP foi criada, em 1996, Clara Marques defendeu uma maior inter-relação e mais trocas de experiências entre os países.
Magui Frederico, uma avó cabo-verdiana que gostava de ser jornalista ou deputada, considera que a realização da cimeira da CPLP é um evento "muito importante", principalmente porque vai ter lugar em Cabo Verde.
"A língua portuguesa é muito importante para unir os povos", disse à Lusa, entusiasmada com a presença de tantos "ministros e presidentes" na ilha do Sal.
Natural da ilha do Maio, Magui Frederico garantiu que ouve falar da CPLP desde sempre, mas reconheceu que é difícil explicar o que significa.
Grande expectativa em relação a esta cimeira
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, se mostrou otimista em relação à cimeira que se realiza esta terça e quarta-feira. Para o chefe da diplomacia cabo-verdiana, estão criadas "todas as condições e o quadro político" para que esta seja uma boa reunião.
"Cabo Verde trabalhou durante meses para preparar esta reunião e acredito que, das conversas que já tive com os meus colegas nos bastidores, todas as condições estão reunidas e acredito que vamos ter uma boa cimeira", sublinhou, assinalando o "ambiente distendido e convivial" nos bastidores.
Luís Filipe Tavares, que irá assumir a presidência do Conselho de Ministros entre 2018-2020, falou aos jornalistas à entrada para a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, que antecedeu a cimeira de chefes de Estado e de Governo lusófonos.
A agenda do encontro inclui ainda a apresentação do candidato apresentado por Portugal para secretário-executivo da CPLP 2019-2020, Francisco Ribeiro Telles. Se não houver objeções, o candidato será recomendado para eleição pela cimeira.
Cabo Verde assume nesta cimeira a presidência da CPLP por dois anos com o lema "Cultura, pessoas e oceanos".
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