Como reporta o Gizmodo, este foi o 19º lançamento da SpaceX só em 2018, ultrapassando a meta máxima de 18 que tinha atingido no ano passado. Além deste feito, a empresa chefiada pelo bilionário americano registou mais um marco na sua tentativa de tornar os foguetões mais reutilizáveis, como os aviões: o lançamento usou um propulsor reciclado pela terceira vez.
A SpaceX, sediada na Califórnia, aterrou mais de 30 destes propulsores na Terra e começou a reutilizá-los em missões subsequentes. No passado, as empresas normalmente deixavam que partes de foguetões que custam milhões de dólares caíssem no oceano, mas a empresa procurou subverter a norma.
Minutos após o lançamento a partir da Base da Força Áerea de Vandenberg, a parte alta e branca do foguetão - conhecida formalmente como o primeiro estágio - separou-se do segundo estágio. É possível ver todo o processo num vídeo partilhado pela SpaceX que o acompanhou em direto:
Enquanto isso ocorria, o segundo estágio avançou pelo espaço dentro, carregando 15 microssatélites e 49 CubeSats pertencentes a 34 clientes diferentes, incluindo fontes públicas, privadas e universitárias de 17 países diferentes, entre eles a Coreia do Sul, a França e o Cazaquistão. O número total de satélites colocados em órbita, 64, é um recorde nos EUA, mas não no mundo: a Índia já foi capaz de colocar 104 aparelhos no espaço de uma só vez.
O quarto e último recorde batido é que o propulsor do Falcon 9 já voou a partir das três bases de lançamento normalmente utilizadas pela SpaceX: para além da base de Vanderberg, a empresa de Musk também utiliza o Centro Espacial John F. Kennedy e a Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, ambos localizados no estado da Flórida.
O lançamento foi organizado pela coordenadora de lançamentos Spaceflight, especializada em colocar vários satélites no mesmo foguetão. Ao chegar ao espaço, a ponta cónica caiu e os satélites começaram a espalhar-se. Os aparelhos serão colocados em órbita nas próximas horas.
Por entre os vários satélites destinados a orbitar a terra inclui se um engenho australiano destinado a conectar aparelhos à internet e um aparelho experimental de astrobiologia criado por um grupo de estudantes do ensino básico de uma escola na Flórida.
Contudo, nem todos os clientes têm missões científicas. O Museu de Arte de Nevada, por exemplo, enviou uma escultura chamada "Orbital Reflector" do artista Trevor Paglen.
A escultura insuflável e refletora foi projetada para ejetar do seu satélite e orbitar a Terra "por várias semanas antes de se desintegrar ao reentrar na atmosfera" do planeta, disse o museu.
No entanto, nem tudo correu como esperado. Se o propulsor então disparou os motores e fez uma aterragem controlada e vertical numa plataforma no Oceano Pacífico, o resto da carga reaproveitável que era suposto cair sobre uma rede instalada sobre um navio chamado Mr. Steven, ao invés fez outra trajetória e foi parar ao mar. Contudo, Elon Musk não se mostrou preocupado e num tweet não só disse que planeava "secar as peças e relançá-las" como que não "fazia mal nadarem um bocadinho."
Comentários