Um estudo desenvolvido pela Ipsos MORI com a Bolt destaca como os portugueses "encaram o automóvel privado e as novas formas de transporte".

Segundo o comunicado, "em Portugal, 27% dos adultos entre os 18 e 40 anos (onde se incluem Geração Z e Millenials) que não têm carro, afirma não ter qualquer intenção de vir a ter um no futuro".

"Estes números reforçam o que temos vindo a dizer – o setor da mobilidade partilhada, seja TVDE ou micromobilidade, tem vindo a crescer em Portugal, sobretudo junto das gerações mais novas", destaca Mário de Morais, responsável de Ride-hailing da Bolt em Portugal.

"Ainda há um longo caminho para fazer, de mãos dadas com os transportes públicos, mas sinto que as mentalidades estão a mudar", acrescenta.

Para o estudo, "foram inquiridos 17 mil adultos de quatro gerações – Geração Z, Millenials, Geração X e Baby Boomers – em seis países europeus: Alemanha, França, Países Baixos, Polónia, Portugal e Reino Unido".

O que dizem os números sobre Portugal?

"Dos 2555 inquiridos em Portugal, 1555 têm carro ou carrinha, e 2196 são titulares de carta de condução", é referido.

No total, "49% entre os 18 e 40 anos disseram ser donos de um carro, contrastando com 67% dos inquiridos entre os 41 e 75 anos".

Já em termos geracionais, "a diferença é ainda mais acentuada, com 36% da Geração Z a afirmar ter carro, opondo-se a uma média de 67% entre a Geração X e os Baby Boomers". Além disso, "apenas 65% da Geração Z em Portugal possui carta de condução, em comparação com 90% da Geração X e 87% dos Baby Boomers".

O preço de compra e a manutenção do veículo são indicados por 21% dos inquiridos como principais obstáculos para essa posse.

Por outro lado, no que diz respeito à mobilidade, "55% dos portugueses entre os 18 e os 40 anos usaram serviços de transporte por aplicação (TVDE) no último ano, comparando com 37% das pessoas dos 41 aos 75 anos".

Quanto o motivo, "45% disseram que o fizeram pela facilidade e comodidade do serviço; a segunda razão mais selecionada foi não querer preocupar-se com o estacionamento (29%), seguida de poupar tempo (28%)".

Também há "8% das pessoas com idades entre os 41 e os 75 anos" que apostam no uso de "trotinetas e bicicletas partilhadas no último ano, em contraste com 25% dos inquiridos entre os 18 e os 40 anos".

Segundo Marco te Brömmelstroet, professor de Mobilidade Urbana na Universidade de Amesterdão e diretor académico do Lab of Thought, "estes resultados destacam o desejo de afastamento dos sistemas de mobilidade dependentes do automóvel, que dominam a maioria das cidades europeias".