A lista das dez palavras foi elaborada pela Porto Editora, “através das sugestões recebidas no 'site' da iniciativa, das pesquisas dos utilizadores feitas no Dicionário da Língua Portuguesa, em www.infopedia.pt e do trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa”, esclarece a Porto Editora.
A lista de candidatas “permite traçar um retrato dos acontecimentos que marcaram a vida coletiva do país”, argumenta a editora.
“A Igreja Católica constituiu uma comissão independente para investigar casos de abusos sexuais nas suas instituições, tendo já recebido mais de 400 denúncias”, daí a escolha da palavra “abusos”.
A segunda palavra candidata é “ciberataque”, justificada pelo facto de os “ciberataques [terem alcançado] este ano uma dimensão sem precedentes e afetaram gravemente diversos organismos e empresas”.
Terceiro termo é “energia”, justificado pela “crise energética causada pela escassez e pela dificuldade de acesso a fontes de energia", com "impacto na vida das famílias e das empresas”.
“Guerra” é o quarto termo da lista de finalistas, devido à “invasão da Ucrânia pela Rússia [que] deu início ao maior conflito militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial [1939-1945]".
A meio da tabela das palavras candidatas surge “inflação”. “A taxa de inflação superou largamente a dos anos anteriores, atingindo o valor mais elevado desde 1992”, argumenta a Porto Editora.
O sexto termo é "juros”, na medida em que “o aumento das taxas de juros está a fazer subir o valor das prestações dos empréstimos bancários, criando dificuldades às famílias e às empresas”.
Segue-se “nuclear”, face ao “risco de um desastre nuclear [que] tem estado na ordem do dia ao longo de 2022”.
“A morte da rainha Isabel II [que] terminou um dos mais longos reinados da história” justifica a escolha de mais uma palavra a concurso, “rainha”.
Entre as dez candidatas a “palavra do ano” estão ainda “seca” e “urgências” por, respetivamente, “em 2022, o país [ter enfrentado] uma das piores secas dos últimos 100 anos” e por terem sido “recorrentes os casos de urgências encerradas em hospitais de todo o país, em especial nos serviços de obstetrícia e pediatria”.
No ano passado, em Portugal foi eleita “palavra do ano” “vacina” que sucedeu a “saudade” (2020).
A escolha da “palavra do ano” 2002, em Angola começa também hoje, em www.palavradoano.co.ao.
O grupo de dez palavras candidatas inclui “alternância”, numa alusão à “alternância governativa" em Luanda, “cesta”, numa referência ao “encarecimento dos produtos da cesta básica” e ainda “covid”, devido às medidas de combate à pandemia, “Cuiar”, palavra justificada por, “apesar das contrariedades, os angolanos" conseguirem "sempre encontrar algo que está a cuiar”, que significa agradável.
A meio da tabela das candidatas está “eleições”, numa referência ao ato eleitoral deste ano, que deu a vitória ao MPLA com 51,17% dos votos.
Outros termos candidatos são “escalada”, justificado pela “escalada de preços [que] tem tido um forte impacto no dia-a-dia dos angolanos”, “fraude”, numa referência ao “combate à fraude, em especial à fraude fiscal, [que] tem sido uma das prioridades do governo”, “kumbu”, expressão angolana para se referir a dinheiro.
A lista de dez termos candidatos a “palavra do ano” em Angola, fecha com “mwangolé”, que significa “manter o otimismo e a boa disposição”, e “oposição”, escolhida no âmbito do recente processo eleitoral, pelo aumento da sua margem de representação.
No ano passado, “a palavra do ano” foi “pandemia”.
A votação para “a palavra do ano” em Portugal e Angola termina no próximo dia 31 e a palavra vencedora é anunciada nas primeiras semanas de janeiro de 2023.
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