Segundo um relatório da ACNUR, divulgado na véspera do primeiro aniversário da invasão russa na Ucrânia, dos 13 milhões de ucranianos fora das suas casas, oito milhões estão espalhados pela Europa e cinco milhões são deslocados internos.
De acordo com o documento, as perspetivas destas pessoas estão ameaçadas pelas “contínuas hostilidades, insegurança e destruição”, nas regiões de onde foram deslocados.
Com base num inquérito, a ACNUR concluiu que a maioria dos refugiados ucranianos fora e dentro do país quer voltar para casa, mas que apenas 12% tencionam fazê-lo nos próximos três meses.
A agência explica que os principais impedimentos para o regresso dos refugiados a casa são “preocupações com segurança” e problemas com os serviços básicos, incluindo eletricidade, água e infraestruturas sanitárias.
Os refugiados que expressaram a vontade de regressar nos próximos três meses são principalmente os mais velhos, os que estão separados das suas famílias ou os que enfrentam problemas de inclusão nos países de acolhimento.
Segundo o relatório da ACNUR, cerca de 18% dos refugiados ainda estão indecisos sobre o que fazer, debatendo-se com dilemas sobre o regresso ou a permanência nos locais de acolhimento.
Nestes locais de acolhimento, são muito poucos os que encontraram empregos qualificados, estando a sobreviver com rendimentos que em muitos casos não são suficientes para cobrir as necessidades básicas.
Com base nestes dados, a ACNUR faz várias recomendações, nomeadamente a de garantir que os refugiados possam ser continuamente assistidos para que “tomem decisões livres sobre o seu futuro”.
“Apoiar as populações deslocadas dentro da Ucrânia também deve ser prioridade. E os repatriados espontâneos devem ser assistidos através de uma combinação de programas humanitários, de recuperação, de desenvolvimento e do setor privado”, recomenda a agência das Nações Unidas.
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