Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, a ilha do Corvo, com cerca de 400 habitantes "não é abastecida de produtos alimentares" desde o passado dia 16 de novembro devido à "interrupção das ligações marítimas de transporte de mercadorias entre as ilhas do Corvo e das Flores".
Paulo Estevão lembra que "a carga seca" de alimentos como arroz, massas e cereais chegou à ilha das Flores, a 15 de novembro e a "carga refrigerada" a 29 de novembro, sendo que nenhuma das cargas foi até agora "transportada" para a ilha do Corvo.
Na nota, lê-se ainda que esta situação levou "à quase rutura" do fornecimento de alimentos como "leite, açúcar, frutas, legumes frescos e produtos congelados", prevendo-se que "dentro de dois ou três dias", os fornecedores "esgotarão" os respetivos stocks.
O deputado do PPM lembra ainda que a situação ganhará maior gravidade com "as previsões adversas" para o estado do mar nos próximos dias e aponta o dedo à empresa responsável pelo abastecimento marítimo da ilha do Corvo.
"A situação de previsível rutura de abastecimento de produtos essenciais deve-se à incúria e ao desleixo que a empresa Barcos do Pico revelou nas últimas semanas, ao não aproveitar as sucessivas oportunidades em que foi possível realizar o abastecimento da ilha do Corvo", escreve Paulo Estevão.
O deputado popular monárquico solicita ainda que o Governo Regional dos Açores "mande realizar uma rigorosa investigação" para "apurar responsabilidades" no âmbito da "não realização das ligações marítimas contratualizadas" por parte da empresa "Barcos do Pico".
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vila do Corvo assegurou "não ter conhecimento oficial de nenhuma lacuna de bens", embora reconheça que existem bens que estão na ilha vizinha da Flores a aguardar transporte para o Corvo.
"Tirando os frescos e os congelados que eventualmente estão nas Flores desde a semana passada, desde quinta-feira, que ainda não foi possível virem para cá, de resto, situação de carência de bens, não podemos dizer ou, pelo menos, eu não tenho conhecimento nem ninguém me fez chegar essa preocupação de falta de bens essenciais", assegurou José Silva.
A agência Lusa ainda tentou falar com o responsável máximo da empresa "Barcos do Pico", que assegura o abastecimento marítimo da ilha do Corvo, mas até ao momento não foi possível.
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