O homem de 31 anos foi detido no aeroporto de Munique quando viajava de Moscovo para Bilbau, com o objetivo de assistir ao Athletic Bilbau-Spartak Moscovo, da Liga Europa.
Sujeito a um mandado internacional emitido pela França, o suspeito poderá cumprir, se condenado, até 15 anos de prisão em França por tentativa de homicídio, explicou a Polícia Federal da Alemanha.
“Protestamos fortemente contra a detenção e entrega a um terceiro país de um cidadão russo que não cometeu qualquer crime em território alemão”, disse hoje a porta-voz da embaixada da Rússia em Berlim, Denis Mikerine, através da rede social Facebook.
Mikerine explicou ainda que a Rússia vê o caso “como uma possível desculpa para exacerbar e politizar o tema do ‘hooliganismo’ no futebol antes do Mundial2018”, que se disputará durante o verão em solo russo.
A entrega do suspeito às autoridades francesas deve acontecer “em duas semanas”, apontou o porta-voz do Ministério Público em Munique, Joachim Ettenhofer, ainda que esse período possa ser mais longo em caso de apelo da Rússia.
O suspeito foi identificado em 2017, ano em que foi emitido o mandado internacional, e é agora o alvo de uma campanha de solidariedade por parte de adeptos russos nas redes sociais, através das quais têm procurado juntar dinheiro para pagar o advogado de “Pavel”, nome que deram ao suspeito.
A justiça francesa quer julgar o russo por ter agredido com uma barra de ferro Andrew Brache, inglês de 51 anos, em 11 de junho de 2016, à margem do Inglaterra-Rússia, deixando-o com várias lesões cerebrais e ossos partidos.
O caso reporta à ‘perseguição inglesa’, termo da polícia francesa, em que ‘hooligans’ russos se envolveram em dezenas de confrontos com ingleses durante o Euro2016, que Portugal venceu, e surge num momento em que têm sido promulgadas várias leis na Rússia para minimizar problemas durante o campeonato do mundo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tinha condenado os ataques no Euro2016, ainda que tenha ironizado sobre “os 200 russos que venceram milhares de ingleses”, e o país tem sofrido por imensos casos de ‘hooliganismo’ a quatro meses do arranque do Mundial2018.
Entre as medidas tomadas estão leis que podem proibir a entrada no país a ‘hooligans’ estrangeiros e líderes de grupos violentos, e um passaporte de adepto que permite identificar todas as pessoas que entrem nos estádios.
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