“Ainda é prematuro por ser muito cedo, mas o balanço geral ronda os 70 a 80% tal como tem sido nas greves anteriores. Mantêm-se mais ou menos os mesmos números”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro.

A greve, a quinta em cerca de quatro meses, convocada pelo SITRL, teve início às 03:00 de hoje e termina às 03:00 de quarta-feira.

Os trabalhadores da RL, que também cumprem greve ao trabalho extraordinário durante o mês de fevereiro, reivindicam um aumento salarial já para este mês de 750 euros, de forma a compensar a subida do salário mínimo.

Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL, é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.

“Os motivos são os mesmos das outras greves. Esta é uma empresa que pertence ao grupo Barraqueiro, a Rodoviária de Lisboa, que tem uma média de cerca 750 trabalhadores, tendo a maioria o ordenado mínimo nacional, e como se não bastasse são trabalhadores qualificados, neste caso motoristas de transportes públicos com o ordenado mínimo nacional”, frisou.

De acordo com João Casimiro, a administração da empresa “mostra um profundo desrespeito” pelos trabalhadores, remetendo negociações para a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP).

Além da questão salarial, João Casimiro alertou também para o facto de estarem a sair cada vez mais motoristas da RL para outras empresas do setor que “pagam muito melhor” e para as dificuldades de recrutamento.

Devido a essa dificuldade em recrutar, o sindicalista relatou situações em que o serviço prestado é condicionado e que não estão a ser feitas “muitas circulações”.

A Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.