“Até ao momento a adesão é total. São números preliminares porque há turnos, mas na redação até ao momento há total paralisação”, disse à Lusa o representante dos trabalhadores da TSF Filipe Santa Barbara.
Os trabalhadores do Global Media Group (GMG) estão hoje em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.
“Contamos que hoje as publicações – falo do jornal O Jogo e dos restantes meios de comunicação social deste grupo – não saiam e que haja uma paralisação para mostrar como estamos unidos”, disse em declarações aos jornalistas o delegado sindical d’ O Jogo Frederico Bártolo, precisando que a informação até ao momento é de paralisação total no título desportivo.
O delegado sindical disse acreditar que os trabalhadores vão receber os ordenados em atraso, mas sublinhou que a “luta é muito mais do que apenas o salário de dezembro”.
“O nosso lugar está em risco, 150 a 200 pessoas podem sair deste grupo de media que consideramos fundamental à democracia e que tem sido tão historicamente atacado por várias partes”, disse.
Os trabalhadores querem, disse, demonstrar à sociedade civil que estão a lutar “não só pelo salário deste mês, mas por todos os salários”, para que não vivam constantemente na incerteza.
Os trabalhadores começaram a concentraram-se a partir das 09:00 na escadaria da Assembleia da República, antes do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, com a tutela da Comunicação Social, prestar esclarecimentos na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, a partir das 10:00.
Após a saída do ministro, jornalistas, técnicos e demais trabalhadores deslocam-se para as Torres de Lisboa para se concentrarem e manifestarem, a partir das 14:00, junto à sede do grupo.
A greve de hoje foi convocada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.
No Porto, os trabalhadores concentram-se a partir das 09:30, junto à atual sede do Jornal de Notícias, e, a partir das 14:00, junto à histórica e simbólica sede do JN, coincidindo este momento com uma hora de solidariedade proposta pelo SJ a todos os jornalistas do país, para “demonstrar a importância do jornalismo na sociedade”.
De seguida, os trabalhadores seguem para a praça General Humberto Delgado, onde se vão concentrar em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto.
Comentários