De acordo com os números revelados hoje pelo Cancer Research - um organismo de solidariedade britânico centrado na luta contra o cancro – e que assentam num inquérito nacional, o consumo dos adolescentes entre os 11 e os 18 anos representa mais de 234 latas de bebidas açucaradas por ano, três vezes mais do que a quantidade de açúcar adicionado recomendado, refere a agência AFP.
Entre as crianças dos quatro aos dez anos, o consumo é de cerca de 110 latas por ano, e de 70 para aqueles com idades entre os 18 meses e os três anos.
Denunciando os "números chocantes”, a responsável pela prevenção no Cancer Research, Alison Cox, alertou em comunicado contra os riscos da obesidade, cancro e outras doenças que podem decorrer de um consumo excessivo de açúcar.
Apelou igualmente ao Governo britânico para colocar em prática o mais rápido possível uma taxa sobre as bebidas açucaradas não alcoólicas, como os refrigerantes, uma medida que existe apenas em alguns países, e que passará a aplicar-se também em Portugal a partir de 2017, sendo uma das medidas previstas no Orçamento do Estado para o próximo ano.
O Governo britânico anunciou em março a introdução dentro de dois anos desse imposto, recuperado depois em agosto no âmbito de um projeto de combate à obesidade, mas considerado globalmente muito insuficiente pelos profissionais de saúde.
De acordo com o Cancer Research, uma taxa sobre o açúcar de 20 cêntimos por litro de açúcar poderia prevenir 3,7 milhões de casos de obesidade no decorrer da próxima década.
“O Governo pode fazer ainda mais pela próxima geração” limitando a publicidade à chamada ‘junk food’ na televisão, acrescentou Alison Cox.
O estudo do Cancer Research surge depois de ter sido conhecido que os adolescentes britânicos estão entre os menos ativos do mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou aos governos para que taxem as bebidas açucaradas com o objetivo de combater a obesidade. A nível mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980.
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