"A polémica" é totalmente "estéril e em nada belisca a grandiosidade da obra que Arouca tem para mostrar ao mundo", diz fonte da autarquia ao SAPO24. Na mesma resposta, por escrito, é ainda referido que a Câmara de Arouca "já encetou contactos com o Guinness Book [of World Records] no sentido de certificar a 516 Arouca como a maior ponte pedonal suspensa do mundo". Expressão (ou slogan) que, garantem, continuarão a usar na sua comunicação.

Ligando 516 metros de distância entre as margens de Canelas e Alvarenga, o novo equipamento do distrito de Aveiro, aberto ao público desde o dia 3 de maio, está seguro por estruturas de betão e aço dispostas 175 metros acima dos rápidos do rio Paiva e integra um tabuleiro em gradil metálico que, além de permeável ao vento, também permite observar em profundidade o cenário sob os pés dos visitantes

A obra foi pensada em 2016 e as obras arrancaram em 2018, o mesmo ano em que "começou a ser comunicada como a maior do mundo". "O gabinete que a projetou e os responsáveis autárquicos, depois de aturada pesquisa, chegaram à conclusão de que seria a maior ponte pedonal suspensa do mundo", explica a autarquia em comunicado. Este estudo contemplou, além do comprimento, a altitude de 175 metros acima do rio Paiva, a utilização de "engenharia de ponta" e a "capacidade de albergar ao mesmo tempo duas mil pessoas".

Mas afinal, a ponte Ponte 516 Arouca é ou não a maior ponte pedonal do mundo?  O cartão de visita é bom, mas há outra estrutura, no Nepal e com 567 metros de comprimento, que veio lutar pelo mesmo título.

A autarquia faz questão de sublinhar todos os timings do projeto para assegurar que, quando se iniciou a construção da 516 Arouca, “a maior ponte do mundo em comprimento neste segmento” era a suíça Charles Kuonen, inaugurada em 2017, e que a abertura da ponte de Arouca estava prevista para o verão de 2020.

Adiada a inauguração devido ao contexto pandémico, entretanto, e "sem que tenha sido publicitada e ainda hoje exista muito pouca literatura sobre esse facto, foi inaugurada, em julho de 2020, uma estrutura no Nepal".

Pelos números, a ponte portuguesa será menor do que aquela que está instalada sobre o rio Kaligandaki, em Baglung. Na nota enviada às redações, a autarquia do distrito de Aveiro, diz que a ponte nepalesa é "mais comprida do que a de Arouca, mas totalmente diferente no que respeita à sua dimensão e todas as outras características". Mais, acrescenta que se trata de uma ponte "de travessia rural, dimensionada para cargas muito reduzidas, e sobre a qual existe pouca evidência científica e mediática".

A estrutura, enquadrada no ambiente dos Passadiços do Paiva, atravessa o vale da Garganta do Paiva. "É uma alavanca para o desenvolvimento do nosso concelho, que vê a sua atratividade reforçada para a potenciação económica e turística do município, que tem vindo a registar uma crescente procura dos mercados turísticos interno e externos", revela a autarquia no comunicado já mencionado.

Para visitar é necessário fazer a reserva online e antecipadamente. Os bilhetes individuais variam entre os 10 euros (crianças e séniores) e os 12 euros (jovens, estudantes e adultos). Já os packs família podem chegar aos 45 euros.

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