"Este ainda não é o novo Natal normal das nossas vidas e por isso apelo a todos que possam conter o mais possível as celebrações natalícias no seu núcleo familiar", dizia o primeiro-ministro, António Costa, na conferência de imprensa desta terça-feira. O primeiro-ministro revelou que tinha acordado com o irmão que “ainda não era este ano” que iriam juntar as duas famílias à ceia de Natal e que não poderia estar com a sua filha – que se encontra em isolamento.
O presidente do PSD, Rui Rio, também se encontra em isolamento profilático depois de ter tido um "contacto de risco no agregado familiar", mas está sem sintomas de covid-19.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 91.947 casos ativos, além de 118.460 pessoas em vigilância - um total de 210.407 pessoas em isolamento. Esta noite, todos estarão mais sozinhos.
Além do primeiro-ministro, também a ministra da Saúde, Marta Temido, em entrevista ao Telejornal na RTP, deixou um apelo: "Neste momento, em que se avizinha uma época de contactos tradicionalmente intensos, que cada um de nós faça o que estiver ao seu alcance para prevenir a transmissão que é muito fácil com esta variante". O pedido foi feito enquanto nos preparava para possibilidade (quase certa) de que “Portugal ultrapasse o recorde de infeções” – 16.432 casos de infeção, registado a 28 de janeiro deste ano, no pico da maior onda da pandemia.
E é assim que nos encontramos, apesar de todos esforços, não conseguimos salvar completamente o Natal.
Portugal registou nas últimas 24 horas mais 12.943 casos, um número que insiste em crescer e, por isso, neste momento, em que a incidência e o R(t) continuam a subir, há medidas que podemos adotar para que o período de festas seja o mais seguro possível.
Por isso, hoje tiveram início as medidas excecionais de contenção da pandemia durante as datas festivas, como a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para acesso a restaurantes, casinos, e a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública. Além disso, o período de contenção foi antecipado para as 00h de dia 25 de dezembro.
O primeiro-ministro relembrava, na terça-feira, que "não podemos pensar que à mesa da Consoada só há afetos e não há vírus" e que se deveriam evitar que as celebrações familiares tenham muita gente. Assim, para que o Natal e o Ano Novo aconteçam em modo festivo, mas com todos os cuidados possíveis, a Direção-Geral da Saúde deixou algumas recomendações:
- É importante que as pessoas sejam testadas antes das festividades, por isso a DGS apela à realização de testes, "nomeadamente testes rápidos (TRAg) ou autotestes", é uma medida de precaução antes dos convívios;
- É aconselhado que as festas sejam "realizadas com grupos mais pequenos, idealmente pertencentes à mesma bolha familiar/social";
- Os espaços devem ser “amplos" e "ventilados";
- "A partilha de momentos em que se consomem alimentos e bebidas pode ser feita com o devido distanciamento entre os convidados, aplicando medidas simples, como a utilização de mais do que uma mesa, sempre que possível";
- Nessas situações, a DGS relembra que "a máscara deve ser mantida quando não se estiver a consumir alimentos ou bebidas, particularmente na presença de pessoas mais vulneráveis, que devem ser ainda mais protegidas".
A DGS pedia ainda que cada pessoa se mantenha atenta "ao aparecimento de sintomas de covid-19, como febre, tosse, dores de cabeça, dores musculares, dificuldade respiratória ou perda do olfato ou do paladar". No caso de existiram sintomas, deve proceder-se ao isolamento e contactar "imediatamente o SNS 24" (808 24 24 24).
Assim, que todos tenham a melhor noite possível e em segurança. Por isso, desejamos-vos um Bom Natal, seja ele como for, de preferência sem vírus, mas com sonhos, filhoses, rabanadas ou simplesmente o sentimento natalício.
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