A organização, que pegou nas armas há 15 anos contra o governo central, aderiu à rede Al Qaeda em 2012. Caracteriza-se por pregar a favor de uma aplicação estrita da sharia, a lei islâmica, e foi incluída em 2008 na lista de organizações terroristas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O Al Shabab surgiu como uma ramificação do grupo União dos Tribunais Islâmicos, que passou a controlar o sul e o centro da Somália por seis meses, em 2006, antes de ser deslocado pelas tropas etíopes.
O seu "emir" Ahmed Abdi Gorane foi morto num bombardeamento dos EUA em setembro de 2014, tendo sido substituído por Ahmed Diriye, por quem Washington oferece 6 milhões de dólares (5,98 milhões de euros).
Em agosto de 2011, os Al Shabab foram expulsos dos seus últimos redutos em Mogadíscio, capital do país, por uma força de 22 mil homens da Missão da União Africana na Somália (Amisom), presente no terreno desde 2007.
Em 2012, foram derrotados na cidade portuária de Kismayo, mas conseguiram manter uma presença em grandes áreas rurais e manter a capacidade de lançar ataques contra alvos civis e militares.
A luta contra o Al Shabab é o maior desafio de segurança para o novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, que também enfrenta uma seca devastadora que mergulhou milhões de pessoas na fome e provocou a fragmentação regional do país.
Segundo a CIA, o Al Shabab terá entre 7.000 e 12.000 combatentes.
Os comandos do Al Shabab já realizaram outros atentados sangrentos. O mais mortal até agora remonta a outubro de 2017, quando um camião-bomba matou mais de 500 pessoas num bairro de Mogadíscio.
Mais recentemente, esta sexta-feira, pelo menos 30 pessoas morreram e 40 ficaram feridas na sequência do ataque a um hotel de Mogadíscio, capital da Somália.
Atentados em países vizinhos
Os Al Shabab também são responsáveis por ataques em países vizinhos membros da Amisom, como o que em abril de 2015 deixou 148 mortos na Universidade de Garissa, no nordeste do Quénia.
Em setembro de 2013, reivindicaram a responsabilidade pela tomada de quatro dias do shopping Westgate em Nairóbi, capital do Quénia, que deixou 67 mortos.
No ano seguinte, realizaram uma série de ataques no arquipélago turístico queniano de Lamu, durante os quais uma centena de pessoas morreram.
Em janeiro de 2019, um complexo hoteleiro em Nairóbi foi atacado, matando 21 pessoas.
O primeiro ataque do Al Shabab fora da Somália remonta a julho de 2010, no Uganda, quando dois homens-bomba se explodiram em dois restaurantes em Kampala, matando 76 pessoas.
Em maio de 2014, assumiram a responsabilidade por uma explosão num restaurante frequentado por ocidentais em Djibuti, onde os Estados Unidos têm a sua maior base militar em África. As explosões deixaram 3 mortos e 15 feridos.
Em julho deste ano, atacaram uma base militar etíope, próxima à fronteira com a Somália, com um saldo desconhecido de vítimas desta operação.
*Por Tanya WILLMER/AFP
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