"Temos de mudar Portugal, custe o que custar, mas sobretudo mudar Portugal contando com os nossos compatriotas que até agora se abstiveram, mas que podem contar com este PSD que agora mudou, que agora vai para a frente", afirmou Alberto João Jardim, no centro cultural de Viana do Castelo onde decorre o 38.º Congresso do PSD.
No apelo que fez perante o congresso, numa intervenção com cerca de 16 minutos, Jardim disse que o PSD não pode "perder mais tempo com a direita dos interesses que quer ver o PSD transformado num partido do sistema político de 1976".
"O PSD tem de ganhar a confiança dos mais de 40% de portugueses que não votam. Agora somos o partido em que podem confiar (?) Agora estamos comprometidos com os portugueses numa rigorosa situação de centro político. Nada temos a ver com os tradicionais partidos de esquerdas e de direitas que vós, e nós detestamos", afirmou.
Jardim garantiu que "as medidas internas já tomadas" no seio do partido "moralizam e dignificam a política e destroem os atos e manigâncias da partidocracia".
"Por favor, caros companheiros, até agora abstencionistas, desta vez confiem em nós, venham connosco mudar um Portugal que está a definhar numa monótona mediocridade", apelou.
Para Jardim, António Costa e o PS, "com a permanente geringonçada em que mergulharam o país" encaixam "na definição clássica de adversários principais" do PSD que, exortou, "tem de agir já", em "seis vertentes".
"Daqui para a frente a agenda tem de ser a nossa, e não a do Governo, nem a do Presidente da República", sublinhou.
Entre outras, defendeu que o PSD tem de "denunciar e de desmontar, quotidianamente todas as encenações de titulares de cargos de Estado que conduzam à continuidade situacionista do sistema político", exortando ainda o partido "a demonstrar as consequências de tudo o que sejam cumplicidades ou cedências quer dos comunistas do BCP e do Bloco de Esquerda, quer do capitalismo selvagem que pretende que tudo continue na mesma".
As eleições autárquicas do próximo ano devem ser, defendeu, uma "aposta forte do partido, "candidatando como prioridade absoluta, sobre quaisquer outras alternativas, os melhores e mais aceites cidadãos de cada localidade não se ficando apenas pelos filiados".
Outra das vertentes propostas por Jardim passa pela "denúncia" e "desmontagem" da "propaganda dos situacionistas do sistema político que mentirosa e dolosamente radicalizam, simplistamente o país, em direita e esquerda".
"Esta propaganda dos 'bonzes' da situação tem como objetivo encostar-nos à direita e abrir o centro político ao PS e ao António Costa", reforçou.
Já as "sete propostas concretas" para governar o país e fazê-lo "sair do débil crescimento europeu" passam, segundo o antigo líder do Governo Regional da Madeira pelo "aumento do investimento público e privado, pela reposição da eficiência nos deveres onde Estado falha, pela devolução de Portugal aos portugueses através da regionalização e pela reconstrução e reorganização do 'socialistamente' destruído setor da saúde".
"Reequacionar os termos da lei da greve, pôr fim à mediocridade, ao facilitismo e à fraude no setores da cultura e da educação e a reposição do respeito cívico democrático pelas forças armadas e forças de segurança e respetivos membros bem como pelos antigos combatentes", foram outras das medidas preconizadas por Alberto João Jardim.
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