“Morricone Secreto” é o título deste novo álbum, que será lançado a 06 de novembro, quatro dias antes da data em que o compositor completaria 92 anos, e cuja vida e obra foi hoje recordada numa cerimónia de entrega do Prémio Princesa das Astúrias e das Artes 2020, em Oviedo, Espanha.
Andrea Morricone, filho do músico italiano, recebeu o prémio em nome do criador de bandas sonoras para o cinema, numa cerimónia onde esteve também o compositor John Williams, igualmente premiado este ano com o galardão, anunciado em junho.
“O seu espírito e a sua música vão acompanhar-nos sempre”, declarou Williams, no seu discurso.
O novo disco – com chancela da discográfica americana Decca Records e da italiana CAM Sugar – surge após pesquisas nos arquivos do músico italiano, com o objetivo de obter a resposta à pergunta: “Porque se mantém Morricone tão moderno em círculos musicais que estão muito afastados do mundo das bandas sonoras do cinema?”.
No álbum, os fãs vão poder encontrar os temas “mais experimentais e inovadores”, criados para filmes que nunca chegaram a estrear-se, segundo o responsável pela pesquisa, Pierpaolo De Sanctis.
A Itália perdeu no verão deste ano um dos maiores emblemas da sua cultura, autor de algumas das bandas sonoras mais aplaudidas e reconhecíveis da filmografia mundial, que lhe valeram dezenas de prémios, como o Óscar honorífico, em 2007.
Morricone, nascido em Roma, em 10 de novembro de 1928, formou-se em todas as especialidades de composição musical, sendo o autor, entre muitas outras obras, das bandas sonoras mais conhecidas dos chamados ‘western spaghetti’ do cineasta Sergio Leone.
Em 2016 ganhou o Globo de Ouro e o Óscar pela banda sonora de “Os Oito Odiados” (2015), do realizador Quentin Tarantino.
É autor das músicas dos filmes “Era uma vez no Oeste” (1968), “Era uma vez na América” (1984), “A Missão” (1986) e “Cinema Paraíso” (1988), entre outros.
O “maestro” italiano foi autor de mais de 500 músicas para cinema, entre as quais melodias como a que criou para o filme “O Bom, o Mau e o Vilão” (1966), do realizador Sergeo Leone, com o ator Clint Eastwood.
Morricone compôs originais para a portuguesa Dulce Pontes, com quem contou no álbum “Focus” (2003).
Em 2019, o compositor esteve em Lisboa para um concerto inserido na sua digressão de despedida – que passou por 35 países ao longo de quatro anos – e que teve igualmente a participação de Dulce Pontes.
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