"Se acontecer um problema, porque vai acontecer, garanto-vos que vai acontecer, nós deixamos de ter país. Portugal continental deixa de ser capaz de sustentar aqui a vida. E o que é que acontece aos 10 milhões de portugueses?", questionou José Inácio Faria, após uma reunião em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, com o autarca local, Luís Pereira.
Em declarações à agência Lusa, o eurodeputado do MPT - Partido da terra sublinhou a necessidade de ter em linha de conta todos estes aspetos, até porque existem exemplos como os de Chernobyl, Fukushima e outros.
Alertou ainda para o facto de Portugal ser um país de pequenas dimensões e adiantou que é preciso ter em conta esta situação: "Penso que o Governo, aqui, devia ter sido mais enérgico e não é com medidas diplomáticas que se resolve a questão. É por imposição".
José Inácio Faria estranha também a retirada da queixa portuguesa em relação a Almaraz nas instituições europeias e questiona mesmo se esta foi apresentada.
"Não percebo que jogada foi esta. Se começámos em janeiro com uma queixa e agora retiramos, os espanhóis têm dois meses para apresentar projetos que servem para o que servem. Chegam ao final do período, começam os trabalhos de reinstalação do que lhes apetecer e nós voltamos atrás e então aí voltamos a apresentar queixa e perdemos seis meses?", questiona.
O eurodeputado português diz, em tom irónico, que todos sabem como é que as decisões correm céleres, ao contrário, nas instituições europeias.
"Sabe, é que os espanhóis olham para nós como se fossemos uns tontos. Isto não é nada. Eles continuam a trabalhar. É preciso que as pessoas, este Governo e este ministro, tenham de uma vez por todas isto na cabeça", afirmou.
(Notícia corrigida às 19h27: alteração no título)
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