"Em política, muitas vezes é preciso ver para crer. Depois de tantas vezes repetida a mentira de que a redução dos custos dos transportes era só para as cidades de Lisboa e Porto, ou, quando muito, para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, não há nada como estar aqui no coração do Tâmega e Sousa para ver que é mesmo uma medida para todo o país", afirmou o chefe do Governo.
António Costa discursava em Baião, na cerimónia de apresentação do Programa de Redução Tarifária da região do Tâmega e Sousa, a comunidade intermunicipal (CIM) do país que vai receber, no ano de 2019, a maior fatia do Orçamento do Estado, no âmbito desta medida, cerca de 1,8 milhões de euros.
Aos municípios (nos distritos de Porto, Aveiro, Viseu e Braga) vai caber comparticipar a medida com 45 mil euros.
O programa naquela CIM prevê, a partir de 1 de maio, a implementação de um passe para todo o território, com um custo máximo de 40 euros, e títulos de 10 bilhetes pré-pagos, com uma redução de custo de 50%.
Também se prevê o reforço nas ligações entre as sedes do concelho e o Hospital Padre Américo, em Penafiel, entre outros melhoramentos no domínio dos transportes públicos, incluindo o transporte a pedido nas regiões mais rurais.
Falando perante outros membros do Governo e de representantes dos municípios, António Costa insistiu que "este programa foi criado para todo o país, mas à medida de cada região", destacando que, do conjunto das 21 comunidades intermunicipais, “todas aderiram ao programa, cada uma com o seu programa específico".
Para o governante, "o mais importante de tudo é que esta redução existe em todo o país, para todas as famílias, mas à medida específica das necessidades de cada área metropolitana ou de cada comunidade intermunicipal".
O primeiro-ministro assinalou depois que o programa "não se destina só à redução do custo tarifário" e recordou que "pelo menos 40% pode ser alocado a uma dimensão muito importante, que é o aumento da oferta, que não é a mesma em todos os locais do país".
"Temos um programa que não é só um programa amigo do ambiente, amigo das famílias, amigo da economia, mas também um programa muito amigo da coesão territorial, porque permite reforçar o direito à mobilidade de todos os cidadãos em qualquer zona do país", acrescentou.
O chefe do Governo destacou também o facto de os autarcas de cada um dos municípios, de cada CIM e de cada área metropolitana poderem desenhar a sua rede de transportes em função das dinâmicas de desenvolvimento territorial.
"O facto de passarmos a ter um título que abrange o conjunto destes territórios gera a oportunidade de se desenvolver outro tipo de relações que hoje são pouco frequentes, mas que poderão passar a ser muitíssimo mais frequentes, com maior comodidade e a menor custo, utilizando o transporte público", referiu.
No caso concreto do Tâmega e Sousa, esta medida, segundo António Costa, "tem um potencial imenso de transformação do conjunto do território".
"Quanto maiores oportunidades existirem de mobilidade no interior da CIM, menos dependentes estarão da centralidade da Área Metropolitana do Porto. Esse será um fator importante de atratividade, de modernização e de densificação das relações no espaço desta CIM", concluiu.
Comentários