António Costa, que falava aos jornalistas no final da primeira cimeira UE-Liga Árabe, em Sharm el-Sheikh, no Egito, afirmou que, em matéria de respeito pelos direitos humanos no mundo árabe, “o caminho vai-se fazendo caminhando”.
“Em muitos destes países, esse progresso está a ser feito. Na Europa, também não foi algo que surgiu de forma natural, foi uma construção humana. É uma construção relativamente à qual temos de fazer progressos”, sublinhou.
O primeiro-ministro português ressalvou, todavia, que a União Europeia não pode “transigir na base de uma diluição multiculturalista daquilo que são direitos fundamentais de seres humanos, desde logo a igualdade de género que tem de ser protegida em todo o mundo e que é impossível de relativizar”.
“Mas é um caminho que tem de se fazer com diálogo e não com um bloqueio”, insistiu.
António Costa congratulou-se ainda pela “boa declaração” resultante da histórica cimeira e recusou que o encontro na estância balnear no mar Vermelho tenha servido para quebrar o gelo entre os dois blocos.
“Por mais alterações climáticas que haja, não faz sentido que haja gelo precisamente no Mediterrâneo”, brincou.
A primeira cimeira entre a UE e a Liga Árabe terminou hoje em Sharm el-Sheikh, no Egito, com os 49 países dos dois blocos a superarem as divergências e a subscreverem uma declaração conjunta com intenções de compromissos para o futuro.
Da vasta agenda da reunião constaram temas tão díspares como o aprofundamento da cooperação económica e comercial em setores como a energia, a ciência, a investigação, o turismo, a pesca e a agricultura, o combate às alterações climáticas, o multilateralismo, os desafios regionais causados pela instabilidade na Síria, Líbia e Iémen, e pelo processo de paz no Médio Oriente, a luta contra o terrorismo, e, sobretudo, as migrações.
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