“Que tenhamos uma decisão que seja tomada para poder ser executada seja qual for o Governo, seja quem for o líder do Governo, seja quem for o líder da oposição, porque tem que ser uma decisão para o país e tem que resultar como uma vontade suportada pela esmagadora maioria das forças políticas” que o representam, defendeu António Costa, em Viseu.
Ao intervir numa conferência da AICEP sobre “Exportações & Investimentos”, o primeiro-ministro disse que, além da “estabilidade política que os portugueses decidiram nas últimas eleições”, também é importante a “estabilidade em decisões fundamentais para o futuro do país”, como é o caso do novo aeroporto.
“O acordo com o principal partido da oposição sobre a metodologia para, de uma vez por todas, o país poder tomar uma decisão sobre uma infraestrutura estratégica para o futuro, como é o grande aeroporto internacional de Portugal, é absolutamente central”, frisou.
Segundo o governante, todos sabem que, “ao longo de quase 60 anos, já se decidiram e estudaram as mais diversas localizações”.
“Todos conhecemos quase de cor todas as vantagens e todas desvantagens de cada uma e, seguramente, a decisão final terá muitas vantagens e muitos inconvenientes”, afirmou.
Lembrando que se trata de “uma obra que servirá gerações”, o primeiro-ministro considerou que esta não pode ficar “ao sabor de uma maioria que, por absoluta que seja, é necessariamente conjuntural”.
A Comissão Técnica que irá levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para o novo aeroporto vai estudar cinco soluções, podendo ainda propor mais caso entenda, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, no final de setembro.
Em causa, está a solução em que o aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.
António Costa mostrou-se convicto de que, este ano, Portugal conseguirá “um rácio da dívida pública no produto melhor do que foram as melhores previsões” ao longo do ano.
“No próximo ano, temos que cumprir o objetivo que nos propomos no orçamento para 2023 e não podemos deixar de cumprir o objetivo que nos propusemos para a legislatura e que consta do programa do Governo, que é chegar a 2026 com um rácio da dívida no produto inferior aos 100%”, sublinhou.
Segundo o primeiro-ministro, essa é a trajetória que o Governo tem de seguir: “era mais fácil sem a guerra? Era, mas vamos ter à mesma que o prosseguir apesar da guerra e isso significa fazer opções”.
Dirigindo-se aos presentes, em especial ao presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, que em breve cessará funções, António Costa defendeu a união de esforços.
“Perante as dificuldades, é juntarmo-nos, apoiarmo-nos uns aos outros e dar o nosso melhor para que, daqui a 15 anos, os sucessores do Luís Castro Henriques, os meus sucessores, os sucessores do eterno presidente da Câmara de Viseu [Fernando Ruas] possam estar aqui e dizer: ‘nestes 15 anos, fizemos ainda melhor do que tinham feito nos 15 anos anteriores'”, acrescentou.
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