"Liberdade, democracia e Europa estarão sempre associadas ao nome de Mário Soares", afirmou António José Seguro, em declarações aos jornalistas, à saída do Mosteiro dos Jerónimos, onde o corpo de Mário Soares está desde o início da tarde em câmara ardente.
Recordando que Mário Soares foi o principal obreiro do Portugal democrático, o antigo líder socialista apontou quatro marcas que o antigo Presidente da República inscreveu na história de Portugal.
"A fundação do PS, a resistência à ditadura e o apoio aos presos políticos, o exílio, a prisão, a opção democrática da nossa revolução, a opção europeia que este Mosteiro dos Jerónimos está associado", referiu.
Questionado sobre as divergências que teve com o antigo Presidente da República, António José Seguro considerou que aconteceram porque partilhavam uma característica: "é que pensávamos ambos pela nossa cabeça".
Contudo, acrescentou, " tudo isso é pequenino perante o legado" que Mário Soares deixa a Portugal.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.
O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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